Justiça determina bloqueio de até vinte milhões de reais das contas dos três alvos da nova fase da Lava Jato

 Justiça determina bloqueio de até vinte milhões de reais das contas dos três alvos da nova fase da Lava Jato

Foto: divulgação/PF

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A Justiça Federal do Paraná determinou o bloqueio de até vinte milhões de reais das contas dos três alvos da nova fase da operação Lava Jato, deflagrada nesta quinta feira (31) de manhã. A operação, batizada de Quinto Ano,apura o pagamento de propina pelo Grupo Estre, que fechou contratos de serviços na área ambiental, de reabilitação de dutos e construção naval junto a Transpetro.

Foram detidos temporariamente o ex-presidente do Grupo Estre, Wilson Quintella Filho, e o advogado Mauro de Morais, que atuaria como intermediador das operações. O ex-executivo do grupo, Antonio Kanji, suspeito de operacionalizar a lavagem do dinheiro, ainda não foi encontrado pela PF e já é considerado foragido. São alvos da apuração 36 contratos que totalizaram, entre 2008 e 2017, cerca de R$ 680 milhões.

O Ministério Público Federal estima que o esquema teria movimentado mais de R$ 190 milhões em vantagens indevidas, distribuídas entre agentes públicos e políticos do antigo PMDB. A etapa tem como base a delação premiada do ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado. De acordo com o colaborador, as propinas teriam sido pagas em espécie pelo ex-presidente do Grupo Estre a Sergio Machado e a outros operadores, em sucessivas ações para lavar o dinheiro. As atividades envolveram o escritório do advogado Mauro de Morais que emitia notas frias por serviços que não eram prestados. O procurador da República, Roberson Pozzobon, explica que a movimentação dos recursos ilícitos no esquema teria ocorrido principalmente entre os anos de 2003 a 2014.

01.31 – FASE 59 LJ 01

Políticos do antigo PMDB teriam participado do esquema. Para o MPF, o ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, ocupava um cargo estratégico e contava com a colaboração política para permanecer na função, a partir da “troca de favores”.

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As investigações revelam que os contratos firmados entre o Grupo Estre e a Transpetro foram cumpridos e os serviços executados. No entanto, segundo o procurador, as vantagens indevidas tornavam os valores superfaturados.

01.31 – FASE 59 LJ 03

A lavagem do dinheiro oriundo de propina dos contratos era feita pelo escritório de advocacia de Mauro de Moraes que atua em São Paulo. A Receita Federal apurou que a empresa recebeu, entre 2011 e 2013, cerca de R$ 22,3 milhões das empresas do Grupo Estre, sem que tenha prestado efetivamente qualquer serviço. Somente o advogado teria sacado mais de R$ 9,5 milhões. As investigações da Lava Jato chegam ainda a empresa de coleta de lixo que atua em Curitiba, a Cavo, que integra o Grupo Estre e que segundo os procuradores teria transferido dinheiro para o escritório de advocacia.

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A Transpetro já foi alvo da Lava Jato em outras etapas. Nas fases 47 e 50 são investigadas irregularidades em contratos envolvendo o setor de engenharia e repasses direcionados ao PT. A empresa atua nas áreas de produção, refino e distribuição de combustíveis e presta serviços a várias distribuidoras e a própria Petrobras. A Estre Ambiental informou por meio de nota que “vem colaborando com a operação e permanecerá à disposição das autoridades competentes para prestar todos os esclarecimentos necessários e colaborar com as investigações”.

Reportagem: Angelo Sfair, Juliana Goss e Thaissa Martiniuk

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