Lava Jato deve ter ao menos uma fase por mês em 2019, diz superintendente da PF
O superintendente da Polícia Federal no Paraná, delegado Luciano Flores, afirmou nesta terça-feira (12) que a expectativa para 2019 é de que a Operação Lava Jato tenha ao menos uma fase por mês. O delegado negou que a operação esteja vivendo um período de entressafra e lembrou das ações que prenderam o operador do PSDB, Paulo Preto, e o ex-governador do Paraná Beto Richa.
Mesmo não dando detalhes, Luciano Flores ressaltou que este ano a Lava Jato vai trabalhar em novas frentes de investigação com base em materiais apreendidos em fases anteriores.
A equipe da Lava Jato em Curitiba precisou passar por uma reorganização nos últimos meses depois que o ex-juiz federal Sérgio Moro assumiu o cargo no Ministério da Justiça. Junto com ele, se mudaram para a capital federal alguns dos principais integrantes da investigação, que completa cinco anos no 17 de março. Estão em Brasília o antigo coordenador da operação na PF, Igor Romário de Paula; o então chefe da perícia da superintendência paranaense, Fábio Salvador; além dos delegados Marcio Anselmo e Erika Marena.
De acordo com o delegado Luciano Flores, com essas mudanças, a diretoria de combate ao crime organizado da PF está recrutando policiais para reforçar as equipes da Lava Jato no Paraná. O superintendente diz que a preferência é por agentes que tenham facilidade na análise de dados decorrentes de ações que investigam crimes financeiros.
O superintendente ainda esclarece que a determinação da diretoria nacional da PF é de que cada estado precisa ceder um ou dois delegados, quatro agentes e dois escrivães para as investigações sobre crime organizado em Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
Perto de completar cinco anos de existência, a força-tarefa da Lava Jato no Paraná ofereceu até o momento 91 denúncias contra 426 pessoas. Entre os crimes denunciados estão lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, fraude à licitação, organização criminosa, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Ao todo, já foram proferidas 50 sentenças, gerando 242 condenações contra 155 pessoas. O total de penas ultrapassa os dois mil e duzentos anos de prisão.
Reportagem: Cleverson Bravo/Thaissa Martiniuk