O vereador Márcio Barros (PSD) decide deixar o Conselho de Ética da Câmara Municipal de Curitiba após o vazamento de áudios nos quais ele aparenta articular votos pela cassação de Renato Freitas (PT). Segundo o parlamentar, a decisão foi “para resguardar a integridade do julgamento” e para não desviar o foco das discussões. O colegiado debate a eventual quebra de decoro parlamentar do petista durante uma manifestação antirracista, realizada em fevereiro, que terminou na Igreja do Rosário, no Largo da Ordem.

A defesa de Renato Freitas apresentou os áudios ao pedir a suspeição de Barros. No conteúdo, aparentemente em uma conversa particular, ele afirma que quatro vereadores do Conselho de Ética deveriam votar pela punição ao petista, enquanto outros três já haviam indicado que o voto seria pelo arquivamento. Neste contexto, ele cita os indecisos, e sugere pressionar a vereadora Noêmia Rocha (MDB) para mudar o voto:

Em entrevista à BandNews FM, Márcio Barros afirma que o posicionamento pela possível cassação de Freitas é natural e não configura voto antecipado. Ele argumenta que ainda não foi apresentado um parecer sobre qual tipo de punição o Conselho de Ética vai propor:

Dessa forma, Barros afirma que a decisão de sair do Conselho de Ética da Câmara Municipal de Curitiba também é para não atrapalhar as investigações. Ele espera que, com a sua ausência no colegiado, os questionamentos não levem à nulidade do processo:

Como diversas testemunhas já foram ouvidas, além do próprio Renato Freitas, é improvável que a vaga no Conselho de Ética da Câmara seja preenchida nesse momento. A eventual substituição de Márcio Barros por outro vereador que não acompanhou a fase de instrução poderia levar à anulação do atual processo.

As representações contra Renato Freitas são analisadas pelo Conselho de Ética desde meados de fevereiro. O colegiado precisa definir se irá abrir um procedimento de investigação, que pode levar à suspensão ou cassação do mandato, ou se vai arquivar as denúncias.

Reportagem: Angelo Sfair.