Maternidade Bairro Novo abre ambulatório para colocação gratuita de DIU
A Maternidade Bairro Novo começou a oferecer nesta terça-feira (28) mais um serviço gratuito para mulheres que procuram um método para evitar a gravidez. Um novo ambulatório especializado na colocação do Dispositivo Intrauterino (DIU) de cobre deve ampliar o atendimento que hoje fica restrito a algumas unidades de saúde de Curitiba. A Organização Mundial da Saúde incentiva a ampliação do acesso a métodos de planejamento familiar como forma de reduzir a mortalidade materna e infantil.
O Ambulatório de DIU da Maternidade Bairro Novo começa a funcionar com dez procedimentos agendados por semana, sempre às terças-feiras. Em um ano, quase 500 dispositivos devem ser colocados apenas no novo ambulatório. A quantidade representa um incremento de 25% na oferta, considerando que 1.888 mulheres receberam o DIU gratuitamente em unidades de saúde da capital no ano passado. Esse tipo de procedimento depende de profissionais habilitados.
Por isso, além de ampliar o atendimento, a Maternidade Bairro Novo deve se transformar também em um centro de capacitação de servidores que atuam na área da saúde. De acordo com a diretora técnica da Maternidade, Luiza Zapani, por enquanto o serviço é feito a partir de um agendamento realizado apenas no Distrito Sanitário Bairro Novo, mas para mulheres de qualquer região da cidade.
O sistema público de saúde orienta as mulheres sobre os diferentes métodos para evitar a gravidez. Segundo Luiza Zapani, a cultura brasileira ainda é muito restrita ao anticoncepcional e desfavorece o uso de métodos de longa duração, como o DIU. A médica explica que o dispositivo usado na saúde pública não é abortivo, nem contém hormônios.
Entre 1990 e 2015, o Brasil conseguiu reduzir de 143 para 62 as mortes maternas por 100 mil nascidos vivos, uma queda de 56%. Neste ano, o Ministério da Saúde divulgou a meta de reduzir a mortalidade materna para 30 a cada 100 mil nascidos até 2030. A médica Luiza Zapani afirma que o planejamento familiar é uma das estratégias para redução dos índices de mortalidade.
Se de um lado a mortalidade materna está em queda, a infantil volta a preocupar. Em 2016, o Brasil interrompeu décadas de redução no índice de mortes de bebês. Pela primeira vez desde 1990, o país apresentou alta na taxa. Foram 14 mortes a cada mil nascidos em 2016, o que representa um aumento de 4,8% em relação a 2015, quando 13,3 mortes a cada mil foram registradas. Desde 1990, o país vinha apresentando queda média anual de 4,9% na mortalidade de bebês de 0 a 5 anos.
Reportagem: Lenise Klenk