Cerca de 30 cirurgias e 1.200 atendimentos foram cancelados hoje no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, por causa da greve dos servidores técnico-administrativos e pela paralisação de um dia dos médicos. Os servidores estão parados por tempo indeterminado desde ontem e os médicos fazem um dia de manifestação contra uma medida provisória que está em tramitação no Congresso Federal que aumenta a carga horária de quem ingressar na carreira de 20 para 40 horas semanais, com o mesmo salário. Os seja, os médicos vão receber 50% menos. A paralisação dos profissionais hoje é nacional. Apenas os serviços de urgência e emergência vão funcionar normalmente. Segundo o integrante da Comissão dos Médicos do HC, o cardiologista Eduardo Lourenço, o protesto é para pressionar os parlamentares a votarem contra a MP.

A greve dos servidores também prejudica o atendimento do HC. Centenas de exames que seriam realizados hoje já foram desmarcados e a situação deve se repetir nos próximos dias. Os servidores prometem manter um efetivo mínimo de 30% no hospital, mas a distribuição não será proporcional por setor. Eles pedem aumento salarial de 22,08%. A diretora do sindicato que representa os funcionários, Cristiane Pereira de Andrade, reclama que a categoria não consegue negociar com o governo e por isso decidiu parar. 

 

A reportagem entrou em contato com o Hospital de Clínicas e segundo a assessoria de imprensa das 40 cirurgias que seriam feitas hoje apenas 15 de emergência devem ser realizadas. 1.529 pacientes deveriam ser atendidos e mais da metade deve ficar sem consulta ou sem a realização de exames por causa das mobilizações. Além do HC, a greve dos servidores de ensino de instituições federais também afeta os campi da UFPR, da UTFPR e do IFPR. Na UFPR, por exemplo, os restaurantes universitários estão fechados e as bibliotecas também podem fechar. Os professores das instituições federais também estão em greve nacionalmente. A paralisação já dura 25 dias.