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Mirian Gasparin

Com mais pessoas morando sozinhas é preciso mudar a gama de produtos

 Mercado single abre novas oportunidades de negócios

Foto: Reprodução

Confira abaixo a coluna em áudio:

O número de domicílios com um único morador cresceu mais de 40% nos últimos anos. Segundo aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, realizada pelo IBGE, são quase 11 milhões de pessoas que moram sozinhas em todo o Brasil.

E esse crescimento no número de residências unipessoais está trazendo mudanças no perfil de consumo e também nas relações de mercado. De acordo com o doutorando em Administração e especialista em Marketing, Vendas e Planejamento Estratégico, Sérgio Czajkowski Júnior, essa mudança de comportamento abre um mercado de oportunidades para a indústria, comércio atacadista e para o varejo.

O especialista em Marketing e Vendas destaca que com uma quantidade crescente de pessoas morando sozinhas, é preciso mudar toda a gama de produtos para atender a necessidade desse público-alvo. Ou seja, pessoas solteiras ou que moram sozinhas não querem produtos grandes ou conjuntos de itens em maiores quantidades. Por isso, o consumidor single sempre busca comprar de acordo com as suas necessidades individuais, fazendo com que os itens não ocupem muito espaço em suas casas e também não gerem um grande desperdício.

Aliás, o especialista e que também é professor do UniCuritiba, explica que mudanças nos arranjos familiares levam à oferta de novos produtos, a começar pela indústria alimentícia. No caso dos congelados, por exemplo, até bem pouco tempo atrás, o consumidor só encontrava pratos congelados na quantidade para servir uma família. Hoje as embalagens estão menores, visando o consumidor individual.

Outra tendência no chamado mercado single são as famílias pluriespécies, ou seja, núcleos em que se encontram pessoas e animais de estimação, que inclusive são considerados “filhos”. Esse novo comportamento também está impactando o mercado. Aliás, Sérgio Junior me explicou que quando a indústria vai vender a ração, lança mão de elementos de caráter simbólico, mostrando que é um produto para o filho da família. Ou seja, não está simplesmente vendendo comida para o pet, mas possibilitando a ele uma vida mais saudável. Nesse sentido, o especialista em Marketing prevê que essa mudança de mercado vai se intensificar ainda mais nos próximos anos no Brasil, a exemplo do que já ocorre na Europa.

Por fim, o especialista em Marketing e Vendas chama a atenção para que a indústria e o comércio continuem apresentando novas soluções para as pessoas que moram sozinhas. Não dá para parar no tempo. É preciso antecipar tendências e fazer a customização dos diferentes tipos de produto. Na opinião do professor, não existe produto caro ou barato. Existe aquele que vale a pena ser pago ou não. Então as empresas precisam configurar seus produtos de modo que o consumidor perceba que vale a pena investir neste tipo de mercadoria.

Mirian Gasparin

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