Mona Lisa VS Adolph Hitler reflete sobre a palavra
Estreia comemorou os 40 anos de carreira do diretor Edson Bueno
Sirene, alerta, luz e apagão. Foi assim o início da peça Mona Lisa VS Adolph Hitler, relatando o cenário de 1944, fim da Segunda Guerra Mundial, mas poderia ser um relato da atualidade, com o mundo amedrontado com as consequências do conflito na Ucrânia. O propósito não foi falar sobre dilemas morais ou sobre os alemães contra os franceses, mas promover a reflexão sobre o poder das palavras, das mentiras e do medo, fazendo com que as pessoas realizem coisas que até então pareciam impossíveis.
A adaptação e direção do espetáculo são de Edson Bueno, que está completando 40 anos de carreira e escreveu esta peça em 2018. “Ele tem versatilidade, sentimentalismo e ao mesmo tempo realismo, os textos dele tocam a alma”, comenta Claudete Dias Bozza, mãe de Ingrid Bozza, atriz e amiga do elenco.
Ingrid já viu a adaptação diversas vezes e é uma grande fã do trabalho de todos os envolvidos com a produção, por isso levou a mãe para assistir pela primeira vez. Ela fala que, para o momento atual, o conteúdo da peça é pertinente, além de “ser uma aula, (porque) às vezes são coisas que não sabemos e precisamos saber. Este espetáculo é assim”, completa Ingrid.
O auditório do Teatro José Maria, onde aconteceu a apresentação, é pequeno, o que criou uma sensação intimista. O cenário é uma sala francesa, levando o público a mergulhar em Paris, no fim da Segunda Guerra. E as pessoas pareciam eufóricas e curiosas com o conteúdo da peça, que se passa na capital da França ainda dominada pelas tropas alemãs, mas prestes a ser libertada pelas tropas aliadas.
Hitler, sabendo que a derrota estava próxima, ordena que o comandante-geral dizime a cidade inteira. Assim, quando as tropas aliadas entrassem na cidade, não haveria nada para ser libertado. Porém, na noite anterior à execução da ordem, o cônsul sueco visita o general em Paris, em uma tentativa desesperada de convencer o militar a não cometer tamanha atrocidade. Essa história é real e o público só sabe o desfecho no fim da apresentação, com uma breve explicação do diretor, também ator, sobre qual foi o destino dos personagens.
SERVIÇO:
Data: 31/03 e 01/04
Categoria: Drama
Classificação: 12 anos
Duração: 60 minutos
Horário: 21h00
Ingressos: R$ 80,00 (inteira), R$ 40,00 (meia)
Local/Endereço: Teatro José Maria Santos – Rua Treze de Maio, nº 655 – São Francisco
A reportagem faz parte do projeto especial para o site bandnewsfm feita em parceria com estudantes do curso de Jornalismo da Universidade Positivo. O texto é de Letícia Dams.