Moro afirma em evento que não estabeleceu condições ao presidente Bolsonaro para assumir a pasta
O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse em um evento em Curitiba que não colocou condições ao presidente Jair Bolsonaro para assumir a pasta. A afirmação foi feita um dia depois de o presidente declarar que havia feito um compromisso com Moro e que vai indicá-lo a uma vaga no Supremo Tribunal Federal.
Segundo Moro, a única sugestão que ele fez a Bolsonaro foi que iria priorizar, como ministro, o combate à corrupção, ao crime organizado e ao crime violento.
Moro participou nesta segunda-feira (13) do Congresso Nacional sobre Macrocriminalidade e Combate à Corrupção na capital paranaense. Durante a palestra, o ministro voltou a defender que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras, permaneça com a pasta.
Na semana passada, a comissão especial para analisar a medida provisoria que organizou o governo de Jair Bolsonaro aprovou a mudança do COAF do Ministério da Justiça para o da Economia. Segundo Moro, a alteração aponta a tendência de que o conselho poderá ser negligenciado.
A proposta ainda deve passar pelo plenário da Câmara dos Deputados e do Senado para ai então entrar em vigor. O COAF é um dos braços das ações da força-tarefa Lava Jato. É o conselho que auxilia no rastreamento de movimentações financeiras fraudulentas. As instituições financeiras são obrigadas a repassar para o órgão informações sobre repasses suspeitos.
Sergio Moro também apresentou os principais pontos da proposta da Lei Anti-crime, que traz medidas contra a corrupção, o crime organizado e aqueles envolvendo violência.
O desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, João Pedro Gebran Neto, reforçou a necessidade da Lei Anti-crime para o combate à impunidade. Ele acredita que mesmo que sejam feitas alterações na proposta, a essência do projeto deva permanecer a mesma apresentada por Moro.
O desembargador comentou sobre a possibilidade de Moro ser convidado a ocupar uma vaga no STF. Isso só seria possível com a aposentadoria do decano Celso de Mello, em novembro do ano que vem.
O presidente do COAF, Roberto Leonel de Oliveira Lima, repercutiu o impasse envolvendo o conselho. Ele acredita que não devem ser feitas mudanças significativas caso o órgão mude de ministério, mas apoia a manutenção do conselho junto à Justiça.
A transferência do COAF para a pasta da Economia foi aprovada por 14 votos a 11 na comissão de deputados e senadores que estuda a MP da reforma ministerial. Para a juíza que substituiu Sérgio Moro nas ações da Lava Jato em Curitiba, Gabriela Hardt, as características técnicas do projeto não foram avaliadas e a decisão dos parlamentares seria favorável ao retrocesso.
O Congresso Nacional sobre Macrocriminalidade e Combate à Corrupção reuniu nomes envolvidos nas ações da Lava Jato em alguma instância. Entre eles estão o diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, Igor Romário de Paula; o delegado federal Márcio Anselmo e o diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo.
Nacional sobre Macrocriminalidade e Combate à Corrupção reuniu nomes envolvidos nas ações da Lava Jato em alguma instância. Entre eles estão o diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, Igor Romário de Paula; o delegado federal Márcio Anselmo e o diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo.
Reportagem: Juliana Goss