Moro revoga prisão temporária do ex-ministro Guido Mantega
Cinco horas depois de ser detido pela Polícia Federal, o ex-ministro Guido Mantega teve a prisão temporária revogada pelo juiz Sérgio Moro. No despacho, ele explica que a Justiça e as autoridades policiais não tinham conhecimento de que Mantega acompanhava a esposa no hospital onde ela se preparava para uma cirurgia. O juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba alega que a revogação não traz prejuízos à investigação, já que o cumprimento dos mandados de busca e apreensão já está em andamento.
Sérgio Moro também supõe que o ex-ministro vai continuar a acompanhar a esposa no hospital. Desta forma, o economista não oferece nenhum risco de atrapalhar as investigações.
Minutos depois de tomar esta decisão (12h20), Moro despachou o alvará de soltura (12h23). O documento determina que a Polícia Federal coloque o ex-ministro “imediatamente em liberdade, se outro motivo não houver para permanecer preso”.
Guido Mantega foi preso no momento em que acompanhava a esposa no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Os policiais não o encontraram em casa, onde estava apenas um filho – menor de idade – e uma funcionária. Por telefone, as autoridades explicaram ao ex-ministro sobre os mandados de prisão e de busca e apreensão contra ele. Segundo a Polícia Federal, Guido Mantega se entregou espontaneamente. Ainda de acordo com a PF todo o processo foi discreto, realizado com uma equipe reduzia, em viaturas não identificadas e em uma rua ao lado do hospital, para que não houvesse maiores constrangimentos.
O ex-ministro da Fazenda é o principal alvo da 34ª fase da Operação Lava Jato, desencadeada hoje (quinta, 22) pela manhã. Oito mandados de prisão foram expedidos pela Justiça. Segundo a Força Tarefa Lava Jato, Guido Mantega pediu ao empresário Eike Batista um repasse de cinco milhões de reais. De acordo com o Ministério Público Federal, o dinheiro seria para o pagamento de dívidas eleitorais. Por meio de contas bancárias no exterior, Eike Batista transferiu mais de dois milhões e trezentos mil dólares (U$ 2,35 milhões) para a publicitária Mônica Moura – esposa do também publicitário João Santana. O casal trabalhou em campanhas da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e também é investigado na Operação Lava Jato.