O Grupo Techint, alvo da fase 67 da Operação Lava Jato, teve mais de R$ 1,6 bilhão bloqueados pela Justiça. Esse foi o prejuízo causado à Petrobras calculados pelas equipes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. De origem italiana e argentina, o grupo empresarial participava, na figura da Techint Engenharia, do chamado “Clube das Empreiteiras”. Já investigado na Lava Jato, o clube fraudava e direcionava licitações de obras e serviços da Petrobras por meio do pagamento de propina a agentes públicos.

O procurador da República Marcelo Ribeiro de Oliveira explicou que a força-tarefa se debruçou sobre contratos suspeitos da Techint com a Petrobras. Somados, os valores superavam a cifra dos R$ 3 bilhões.

De acordo com o MPF, praticamente metade do valor investidos nos contratos estava relacionado com gastos superfaturados ou desnecessários:

A Techint é uma velha conhecida da Lava Jato. O grupo empresarial esteve no foco de várias investigações do primeiro ano da operação. O delegado da Polícia Federal Ricardo Hiroshi Ishida reconheceu que a fase 67 não trata de fatos novos, e que por isso algumas etapas da operação se tornaram mais “monótonas”. Ele atribui a “monotonia” ao processo natural de criação de uma mentalidade mais justa e honesta para o país:

Ainda sobre a questão das operações “requentadas”, a procuradora da República Laura Tessler comentou que não é papel do MPF ou da polícia determinar um prazo de encerramento da Lava Jato. Ela destacou o papel institucional das entidades de investigar todas as suspeitas levantadas:

Batizada de operação “Tango Cash”, em referência ao braço argentino do Grupo Techint, a fase 67 da Lava Jato apura o pagamento de R$ 60 milhões em propinas a pelos menos três núcleos de agentes públicos da Petrobras.

Reportagem: Angelo Sfair