Nova fase de audiências do Caso Daniel é marcada para 1º de abril
Depois de três dias de audiências no fórum de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, está quase encerrada a primeira etapa do processo que apura a morte do jogador Daniel Corrêa Freitas. Das 14 testemunhas indicadas pela acusação, 13 já foram ouvidas. A última vai prestar depoimento por carta precatória em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. O juiz da comarca vai colher a fala da testemunha e encaminhar para juíza Luciani Martins de Paula, da 1ª Vara Criminal de São José dos Pinhais. Após os depoimentos das testemunhas de acusação, chega a etapa da defesa. Pelo menos 60 pessoas foram indicadas pelos advogados dos réus. A nova fase de audiências está marcada para o dia 1º de abril.
Somente depois disso, os sete acusados vão ser interrogados. Nesta quarta (20) prestaram depoimento os policiais envolvidos na ocorrência. O último a falar foi o investigador Izaudino dos Reis. Ele trouxe ao processo detalhes sobre as diligências, desde o momento em que o corpo de Daniel foi encontrado em uma área rural de São José dos Pinhais, até a prisão de Edison Brittes — o assassino confesso –, da esposa dele, Cristiana, e da filha deles, Allana.
Por quase três horas, prestou depoimento também o investigador Marcelo Brandt. Ele foi bastante questionado pela defesa dos réus sobre as mutilações no corpo do jogador. O objetivo era esclarecer se elas foram feitas com Daniel ainda vivo ou não. O policial ainda disse que chamou atenção dele, como investigador, o fato de o corpo ter sido abandonado em uma área de mata e não ter sinais de lesões nas mãos, o que pode apontar que Daniel não teria tido possibilidade de defesa.
Questionado ainda sobre o possível beijo de Cristiana no amigo do jogador, Lucas Miner, o policial respondeu que a testemunha já teria feito referência ao fato, informalmente. Dispensado no primeiro dia, o delegado responsável pelo o inquérito do caso, Amadeu Trevisan, prestou depoimento por pouco mais de duas horas e meia.
De acordo com o advogado da família Brittes, Cláudio Dalledone, a defesa saiu satisfeita com as audiências. Os depoimentos teriam comprovado que Cristiana foi importunada sexualmente.
Para o advogado que defende a família de Daniel, Elias Bueno, os depoimentos foram bastante esclarecedores. Ele acredita que ficou comprovado a participação de todos no crime.
Na segunda (18) e na terça (19), foi preciso constituir um advogado dativo para os réus David Silva e Ygor King. O representante deles não estava presente nos depoimentos. O advogado Rodrigo Faucz afirmou que vai pedir a nulidade dos dois primeiros dias de audiências.
Os depoimentos das testemunhas e os interrogatórios dos réus servem para a juíza determinar se os acusados vão a júri popular ou não. Seis réus permanecem presos, entre eles Edison, Cristiana e Allana Brittes.
Reportagem: Alexandra Fernandes/ Cleverson Bravo