Lideranças precisam investir em ambientes colaborativos e dinâmicos.
Nos últimos anos, a volatilidade do cenário corporativo tem trazido desafios inéditos às lideranças. Entre as principais adversidades apontadas pela pesquisa “Desafios e tendências das empresas”, realizada pela consultoria EY estão as mudanças na demanda de consumidores, os riscos
específicos do setor de atuação e o cenário econômico local.
Eu conversei com a Susana Azevedo e a Bianca Aichinger, que são sócias da Quantum Devélopment, empresa especializada em desenvolvimento humano e organizacional, e elas me explicaram que essa nova realidade tem impactado o papel dos líderes, que precisam se adaptar ao ambiente complexo e ambíguo.
Segundo as executivas, algumas empresas têm buscado ambientes de trabalho mais saudáveis, porém a maioria ainda não sabe como fazer e continua trabalhando com o modelo antigo. Bianca me disse que para se engajar nesse processo de reciclagem constante, os líderes precisam ouvir e deixar de serem considerados oráculos, a partir de um ambiente colaborativo e dinâmico, com a consciência de que a hierarquia precisa gradativamente ser substituída pela autonomia.
Eu perguntei às executivas se as empresas se ressentem hoje da falta de líderes, e elas admitem que há um achatamento de lideranças, principalmente nas empresas familiares. Muitos líderes não abrem espaços para novas lideranças, o que acaba se refletindo em toda a organização.
Susana Azevedo destaca que entre as competências que não podem faltar numa liderança é a capacidade de comunicação assertiva e ágil. Ou seja, se por um lado, as empresas querem equipes mais autônomas, de outro precisam manter os momentos para compartilhar informações e alinhar os objetivos.
A liderança compartilhada vem rompendo com modelos tradicionais, promovendo um espaço de trabalho mais dinâmico e inclusivo. De acordo com Bianca Aichinger, a liderança compartilhada tira o fardo do presidente, que passa a dividir com os diretores e demais membros da equipe.
Em um negócio com liderança compartilhada, todos participam das decisões. Isso não só aumenta a criatividade e a inovação, mas também deixa a equipe mais engajada e valorizada. É um jeito de construir um lugar de trabalho baseado na confiança e no respeito mútuo.