Cerca de 306 mil paranaenses vivem abaixo da linha de extrema pobreza e sobrevivem com até 145 reais mensais. Segundo o estudo Síntese de Indicadores Sociais (SIS) do IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o número bateu recorde desde o início do levantamento, em 2012, ao subir de 1,5% para 2,7% no último ano. Quando analisado o contingente de pessoas vivendo em condição de extrema pobreza em 2018 no Paraná, o número ultrapassa 600 mil, o equivalente a 5,3%.

O registro se manteve praticamente o mesmo do ano anterior, quando 4,7% dos paranaenses viviam nessa situação. Para o professor de economia Walcir Soares Junior, o cenário de pobreza é reflexo de um problema estrutural da sociedade.

O levantamento do IBGE, ainda, trouxe uma pequena diminuição, de meio por cento (0,5%), no número de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza, com renda mensal equivalente a 420 reais mensais. O valor passou dos 14,2% registrados em 2017 e 2016 para 13,7% no ano passado. Esta é a primeira redução no índice desde 2014, quando 11% dos paranaenses viviam nessa condição.

Segundo o professor, apesar da pequena melhora os números permanecem preocupantes e um dos passos para reverter o quadro é o investimento em qualificação.

Os dados ainda revelam que, desde 2012, o número de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza em todo Brasil chegou a 13 milhões e meio, cerca de quatro milhões e meio de pessoas a mais que em 2014. O contingente é o maior em sete anos da série histórica feita pelo IBGE.

Reportagem: Leonardo Gomes