Ocorrências que impediram o envio de viatura para socorrer mulher morta pelo marido ainda não devem ser divulgadas
A Secretaria de Segurança Pública do Paraná não pretende divulgar quais ocorrências estavam em andamento quando Daniela Eduarda Alves, 23 anos, foi morta a facadas pelo marido. O caso foi registrado em Fazenda Rio Grande, na Grande Curitiba, na madrugada de 14 de janeiro.
De acordo com o secretário, general Luiz Felipe Carbonel, revelar quais atendimentos ocorriam enquanto a mulher era agredida pelo marido e que teriam impedido o encaminhamento imediato de equipes até o local comprometeria o sigilo dos chamados registrados via Central 190, da Polícia Militar. E isso apesar de toda a comoção em torno do caso.
Em contato com a Assessoria de Imprensa da Polícia Militar, a informação repassada foi a de que a sindicância para apurar o episódio já foi aberta. O prazo inicial para conclusão é de 40 dias, mas a investigação pode ser prorrogada, caso necessário.
A PM também afirmou que vai mudar o protocolo de atendimento das ocorrências para melhorar a identificação das chamadas prioritárias. A quantidade de denúncias registradas para uma mesma situação, por exemplo, deve passar a ser considerada.
O advogado Ygor Nasser representa a família da vítima e diz que a PM errou ao tratar o caso como uma situação simples. Segundo ele, a mudança no procedimento de identificação de ocorrências é importante, mas chega tarde no que se refere à Daniela.
As investigações mostram que a briga do casal começou por volta das 23 horas. As primeiras ligações de vizinhos denunciando a possível agressão foram registradas à 1 hora da madrugada, mas a viatura da Polícia Militar só chegou ao local às 2h20 da manhã – 40 minutos depois de Daniela ser morta pelo companheiro com pelo menos 15 facadas e na frente da filha do casal de apenas dois anos de idade. Apesar disso, a PM entende que não houve erro no procedimento aplicado ao caso.
Reportagem: Daiane Andrade