‘Open Bar’ para mulheres com gim adulterado é investigado em Curitiba
Três universitárias que foram hospitalizadas em Curitiba, após uma intoxicação causada por bebida alcoólica adulterada, foram ouvidas nesta semana pela Secretaria da Justiça, Família e Trabalho do Paraná. Elas fazem parte de um grupo de 26 vítimas, todas mulheres, que passaram mal no início do mês, após ingerir doses de gim. O secretário chefe da pasta, Ney Leprevost, diz que há duas linhas de investigação possíveis para o caso.
Um dos bares apontado como fornecedor do produto fica no Alto da XV, em Curitiba. O estabelecimento oferece ‘open bar’ para mulheres, como estratégia comercial para atrair o público feminino. Segundo o relato das jovens, elas começaram a passar mal poucos minutos depois de ingerir o gim adulterado. Muitas apresentaram sinais de exaustão e não conseguiam articular a própria fala, de forma organizada. O vômito também foi um sintoma comum apresentado pelas vítimas. Como acontece em eventos ‘open bar’, o gim era oferecido sem custo às mulheres, no início da noite.
Ao tomar conhecimento da denúncia, a Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) diz não compactuar com a comercialização de produtos de má procedência. O presidente da Abrabar Paraná, Fábio Aguayo, diz que a pauta se tornou relevante, a partir das práticas adotadas em eventos clandestinos realizados durante a pandemia da Covid-19.
Uma campanha que incentiva bares, casas noturnas e restaurantes a indicarem a procedência das bebidas comercializadas nos estabelecimentos, será lançada nas próximas semanas, no Paraná. A ação é elaborada pela Abrabar, com o apoio das Secretarias da Fazenda e Justiça. A ideia é incentivar os comerciantes do setor a adquirir somente produtos de boa procedência.
Corromper, adulterar, falsificar ou alterar produto alimentício destinado a consumo, tornando nocivo à saúde é crime previsto no Código Penal. O ilícito pode resultar em pena de 4 a 8 anos de reclusão.
Reportagem: David Musso