Operação Mustela: Dezenas de médicos devem ser denunciados por cobranças em atendimentos do SUS
O Ministério Público (MP-PR) está organizando informações apuradas pela Operação Mustela para formalizar novas denúncias contra médicos que cobravam por atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS). Não há prazo para que isso ocorra, mas a expectativa é que cerca de 30 profissionais de saúde sejam acusados por concussão nos próximos meses. São médicos que cobravam de R$ 1 mil a R$ 8 mil reais dos pacientes para realizar procedimentos custeados pelo SUS.
A primeira denúncia acusa um núcleo que seria comandado por um médico na região metropolitana de Curitiba. A acusação narra que outras seis pessoas atuavam junto ao médico operando o esquema e captando potenciais vítimas.
O promotor Hugo Corrêa Urbano adianta que novas denúncias estão por vir. Ele explica que cada ‘núcleo’ será acusado de forma isolada com o objetivo de acelerar os julgamentos:
Os médicos atuavam em várias regiões do Paraná. O promotor afirma que os hospitais também serão investigados, embora não seja possível afirmar se as instituições colaboravam com a prática criminosa:
Ao menos 800 vítimas já foram identificadas pelo Ministério Público. Segundo Hugo Corrêa Urbano, o número real de pessoas afetadas é muito maior. Não há estimativa precisa, segundo ele, por causa da dificuldade em identificar e provar cada um dos casos. O promotor detalha o perfil das vítimas escolhidas pelas redes investigadas:
Casos semelhantes em instituições de todo o Paraná estão sendo investigados desde 2017. A partir de depoimentos de vítimas e informações obtidas por quebras de sigilos telefônicos, a Operação Mustela foi desencadeada em dezembro de 2018, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Alguns dos envolvidos foram alvos de mandados de buscas e apreensão e de prisão temporária.
Reportagem: Angelo Sfair/ Lenise Klenk