O ex-engenheiro da Schahin Sérgio Boccaletti, preso em maio dentro da 51ª fase da Operação Lava Jato, pode deixar a prisão a qualquer momento. Ele responde pelo crime de lavagem de dinheiro e teve o alvará de soltura expedido ontem (22) pelo juiz federal Sérgio Moro. O magistrado decidiu substituir a prisão preventiva do réu pelo pagamento de quase R$ 21 milhões de fiança. Ele então assinou um termo de compromisso com a Justiça Federal no qual declara que concorda com o pagamento, e com isso o montante foi bloqueado das contas e aplicações financeiras do engenheiro e da esposa dele.

Além da fiança, Boccaletti precisa declarar todas as contas que tem no exterior ou das quais seja beneficiário e permitir o acesso da Justiça a essas contas. O engenheiro também teve que entregar o passaporte, está proibido de deixar o país e se comprometeu a não mudar de endereço sem autorização judicial. Ele deve ainda comparecer a todos os atos do processo sempre que for intimado.

A 51ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Deja Vu, apura os crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro no contrato de implementação da Casa de Força da Refinaria Abreu e Lima junto à Petrobras.

De acordo com as investigações, executivos do Grupo Alusa Engenharia teriam repassado R$ 9,6 milhões a título de propina para que ex-gerentes da estatal atuassem em favor da empreiteira na licitação. O valor da proprina, conforme o Ministério Público Federal, corresponde a 1% do total do contrato original, de mais de R$ 966 milhões. No processo, Boccaletti é acusado de ser um dos operadores financeiros do esquema. Ele foi denunciado em junho

Reportagem: Daiane Andrade