Para fugir da 2ª gasolina mais cara do mundo, motoristas apostam em GNV
Levantamento da empresa de consultoria Air-Inc, mostra que entre os 15 maiores produtores de petróleo, o Brasil tem a segunda gasolina mais cara do mundo e só perde para a Noruega.
Se Curitiba fosse um país, ficaria na mesma posição, já que o valor médio cobrado pelo combustível aqui é de 1 dólar e 23 cents, ou três reais e noventa e nove centavos. No Brasil, segundo o levantamento, o litro da gasolina sai por quatro reais e quarenta e dois centavos. Na Venezuela, país com o menor preço, um litro de combustível sai por menos de um centavo de dólar.
A gasolina brasileira só perde para a da Noruega, onde o preço chega a quase um dólar e noventa cents por litro, ou seis reais. A diferença é que o salário médio na Noruega é de aproximadamente 11 mil e 400 reais e a taxa de desemprego é de 2 por cento. Enquanto no Brasil, o salário médio é de dois mil e duzentos reais e a taxa de desemprego é de 12,4%.
Com os altos valores cobrados, alguns consumidores optam por instalar cilindros de Gás Natural Veicular, o GNV. Com um metro cúbico de GNV é possível rodar mais quilômetros do que com um litro de etanol ou gasolina.
De acordo com a Compagás, a rentabilidade pode chegar a 50%. Se um carro médio roda na cidade cerca de 7 quilômetros com 1 litro de álcool ou cerca de 10 quilômetros se estiver usando a gasolina, ele passará a rodar no mínimo 13 quilômetros com um metro cúbico de gás natural.
Na hora do abastecimento, há maior segurança, pois não é possível adulterar o gás natural. A advogada Vivian Henriques Amaral, que há três anos optou por instalar o GNV, afirma que a conta vale a pena.
A consumidora, porém, alerta que o preço do GNV no Paraná não é dos mais baratos, e que se subir um pouco mais já não valeria a conversão. Os carros com GNV permitem que o motorista escolha qual combustível quer usar, então se o preço subir ou o motorista quiser mais potência pode acionar uma chave que muda para gasolina ou álcool, se o carro for flex.
O gerente comercial da Compagás, Mauro Melara, garante que se os kits de GNV forem instalados em oficinas credenciadas a conversão é segura. Sobre a perda de potência, Melara garante que a tecnologia dos kits tem evoluído.
O alto preço da gasolina realmente faz com que o número de veículos com GNV aumente. Em 2015, o Paraná tinha 33.280 veículos com GNV registrados pelo Detran. Hoje são 35.055 veículos com gás natural. Além da economia por quilômetro rodado, o valor do IPVA também baixa para usuários do gás natural.
Concessionária responsável pela distribuição do gás natural no Paraná, a Compagas conta com 36 postos revendedores de GNV nas cidades de Curitiba, Campo Largo, Colombo, Paranaguá, Pinhais, Ponta Grossa e São José dos Pinhais, além de um em Londrina que comercializa o gás fornecido pela GasLocal. No Estado há 19 oficinas credenciadas pelo Inmetro para fazer a conversão.