Paraná completa um ano sem pedágio
Falta de conservação das estradas provoca impacto negativo na economia
Paraná completa neste domingo 1 ano sem pedágio. A discussão sobre a nova concessão já se estende por quase dois anos e, na última semana, foi feito um pedido da Frente Parlamentar do pedágio da Assembleia Legislativa do Paraná à equipe de transição do governo federal para a suspensão do atual processo de concessão. Ou seja, há chances de o Paraná continuar sem pedágio por vários meses.
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O modelo de concessão originalmente proposto pelo governo federal provocou um movimento raramente visto na Assembleia. Uma votação unânime contra uma proposta governamental e com um movimento de consulta publica e debates que se estenderam por meses.
O professor Luiz Fayet, do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura da UFPR, estuda o modelo de concessão do pedágio paranaense há aproximadamente 18 anos. Ele é um dos coordenadores do estudo que respaldou as manifestações parlamentares contra o modelo atualmente proposto, e de acordo com a análise, o pedágio deve manter o modelo de menor tarifa.
Segundo um relatório recente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), 62,5% das rodovias do estado estão com problemas estruturais, de sinalização ou conservação.
Esta situação se reflete no dia a dia dos serviços de transporte, como indica o presidente da Federação de Empresas do Transporte de Cargas do Paraná (Fetranspar), Sergio Malucelli.
Ele deu como exemplo o caso de deslizamento que ocorreu no dia 14 de outubro na BR-277 e, passados mais de 40 dias, a situação ainda não foi resolvida. O trecho chega a provocar filas de até 4 horas, situação que, por contrato, deveria ser resolvida em 24 horas com a concessão.
Malucelli avalia que o impacto do problema atinge toda a população.
Durante o período sem concessão, as praças de pedágio fechadas também provocam filas para a passagem de carros pelas laterais em velocidade reduzida, o que já causou diversos acidentes, incluindo vítimas fatais.
Reportagem: Amanda Yargas.