“Paraná precisa dar conta de imigrantes que já tem antes de receber venezuelanos”, diz voluntária
O Paraná é um dos quatro estados que deve receber migrantes venezuelanos que entraram no Brasil por Roraima. O presidente Michel Temer anunciou na segunda-feira (12) a criação de um comitê para acompanhar a migração venezuelana. Temer deve editar nesta quinta-feira (15) medida provisória para liberar recursos para Roraima, estado que é porta de entrada de muitos migrantes, não .
O presidente destacou que não vai proibir que refugiados entrem no Brasil. Segundo a Polícia Federal (PF), aproximadamente 42 mil venezuelanos permanecem em Roraima. Para não sobrecarregar o estado do Norte, parte desse grupo deve ser encaminhado pelo governo federai ao Paraná.
Ao longo de 2017, o Centro de Informação para Migrantes – ligado à Seju – cadastrou oficialmente a chegada de apenas 17 venezuelanos, entre 615 imigrantes de outras nacionalidades registrados pelo órgão.
A Pastoral do Migrante, ligada à igreja católica, em Santa Felicidade, atendeu neste ano apenas três venezuelanos em Curitiba. A maioria dos atendimentos é de Haitianos. A pastoral do migrante em Santa Felicidade atendeu quatro mil pessoas vindas do país caribenho até o fim do ano passado.
Entre os latino-americanos, predominam os colombianos, mas muito menos do que os haitianos. A pastoral oferece orientações sobre documentação, passaporte, contatos com a Polícia Federal, cadastro para ajudar na alimentação e encaminhamento para trabalho.
De acordo com a pastoral, com o desemprego, muitos haitianos, principalmente os que chegaram recentemente, estão pedindo para voltar ao país de origem ou migrar para outros países. Os mais antigos se colocaram no mercado e até frequentam universidades.
A advogada Ivete Caribé, voluntária da Casa Latino-Americana, a Casla, afirma que o Paraná não tem estrutura para receber mais imigrantes.
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A representante da Casla compara a intervenção com outra em que o governo federal enviou estrangeiros ao Paraná. Segundo ela, a situação mudou e não há mobilização do Estado para dar conta da demanda.
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A voluntária afirma que estranha o envolvimento do governo federal neste caso, sendo que refugiados de outras nacionalidades carecem de auxílio há mais tempo.
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O plano anunciado por Temer prevê o reforço na fronteira. De acordo com o governo federal, serão investidos 15 milhões de reais e haverá um aumento de 100 para 200 policiais que atuam no pelotão de fronteira de Roraima. Não há previsão de recursos ao Paraná. A Secretária de Estado da Justiça, Trabalho e Direitos Humanos, Seju, informou que tomou conhecimento de que o Paraná “muito provavelmente será um dos que deverá receber parte desses migrantes”, mas destacou que o estado ainda não recebeu nenhum comunicado oficial de qualquer órgão ligado ao governo federal.