Na contramão do crescimento no número de habitantes, cada vez menos gente quer conduzir veículos automotores no Paraná. Somente nos últimos quatro anos, a redução na quantidade de primeiras habilitações foi de quase 50%, passando de praticamente 180 mil documentos em 2014 para aproximadamente 91 mil agora.

Isso significa que, para equiparar os números atuais aos de quatro anos atrás, o estado teria que emitir mais de 22 mil licenças por mês, quando a média paranaense em 2018 está em pouco mais da metade disso; são cerca de 11,4 mil novas CNHs a cada 30 dias.

Há quem diga que esse cenário reflete uma extensão da adolescência, que não terminaria mais aos 18 anos (do ponto de vista psicológico), mas por volta dos 25. Por outro lado, o especialista em trânsito Cassiano Novo argumenta que, hoje, os símbolos de transição para a idade adulta mudaram, e que a disseminação de informação sobre outros modais também pesa na balança.

De acordo com o Detran Paraná, o ano de 2014 terminou com 179.640 novas habilitações. Já em 2015 foram 152.829 documentos, ou seja, 15% a menos em relação ao dado anterior.

Em 2016, o estado emitiu 144.783 novas CNHs – queda de 5% na comparação com o ano anterior –, enquanto 2017 encerrou com 120.280 carteiras – um encolhimento de 17%. Já a redução verificada entre o ano passado e agosto deste ano, quando foi feito o levantamento mais recente, foi de 24,4%.

Outro aspecto que precisa ser levado em conta é o custo, tanto para tirar a carteira de habilitação quanto para manter um veículo automotor. É que, além do valor usado para a compra, a pessoa também tem que arcar com uma série de outros gastos que se repetem a cada período.

Em 2014, o Paraná tinha pouco mais de 11 milhões de habitantes, segundo cálculos do IBGE. Em 2015, esse número subiu para aproximadamente 11,16 milhões pessoas e, em 2016, para cerca de 11,24 milhões.

Em 2017, a população do estado ficou 11,33 milhões e, em 2018, o dado até agora é de 11,35 habitantes.

Reportagem: Daiane Andrade