Paraná tem menos leitos de UTI neonatal do que o recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria
O Paraná tem menos leitos de UTI neonatal do que a quantidade defendida pela Sociedade Brasileira de Pediatria. O levantamento foi divulgado em alusão ao Dia do Pediatra, lembrado em 27 de julho. As informações foram apuradas no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde, mantidas pelo Governo Federal.
Segundo a organização que representa os pediatras, no Paraná, são cerca de dois leitos e meio de UTI neonatal por 1.000 nascidos vivos no Sistema Único de Saúde. A Sociedade Brasileira de Pediatria defende que a proporção ideal é de no mínimo quatro leitos para cada grupo de 1.000 nascidos vivos.
Atualmente, o Paraná soma 420 leitos de UTI neonatal no SUS. Considerando também as unidades privadas, o estado chega mais próximo da proporção defendida pela Sociedade de Pediatria. São, ao todo, 600 leitos de UTI neonatal, pouco mais de três leitos e meio por 1.000 nascidos vivos no Paraná. Esses dados são relativos ao mês de maio. A Secretaria Estadual de Saúde aponta um número maior. Seriam 447 leitos de UTI neonatal pelo SUS, no Paraná, ou contratados pela Sesa.
Segundo o diretor da Gestão em Saúde da Secretaria, Vinicius Filipak, o número de leitos em unidade de tratamento intensivo pediátrico aumentou desde 2010.
Nos últimos nove anos, o Paraná perdeu 1.039 leitos pediátricos no Sistema Único de Saúde. Segundo a amostragem, em 2010, o Paraná contava com mais de 3.200 leitos de pediatria clínica. Nove anos depois, o estado soma 2.175 leitos. O corte também se estende para a rede que não faz parte do Sistema Único de Saúde.
Atualmente, o Paraná tem 493 leitos pediátricos na rede privada. Na rede que não faz parte do SUS, o corte foi de 165 leitos de pediatria clínica na comparação com maio de 2010. A Secretaria de Saúde diz que o estado atende a quantidade mínima de leitos pediátricos exigidos pelo governo federal.
Segundo o executivo estadual, o Paraná deveria contar com cerca de 1.800 leitos, mas atualmente tem mais de 2.100.
Os leitos de internação pediátrica são destinados a crianças que precisam permanecer no hospital por mais de 24 horas. O secretário-geral da Sociedade Brasileira de Pediatria, Sidnei Ferreira, discorda da avaliação da Secretaria de Saúde do Paraná. Ele afirma que não é uma gestão eficiente fechar leitos pediátricos, por causa do envelhecimento da população.
Aqui no Paraná, somadas as unidades públicas e particulares, hoje são cerca de 2.600 leitos disponíveis — 1.204 a menos do que em maio de 2010. O secretário-geral da Sociedade Brasileira de Pediatria critica o planejamento de gastos dos governos.
Em nota, o Ministério da Saúde informou que, nos últimos anos, investiu na expansão de leitos pediátricos e neonatais para atendimento de maior complexidade — eles são destinados a pacientes graves e que exigem maior estrutura e esforço de profissionais. Ainda segundo o governo federal, o crescimento da oferta de leitos de cuidados intermediários e intensivos para esses casos foi de 25% entre 2010 e 2018, totalizando atualmente mais de 11.600 leitos no SUS.
Reportagem: Cleverson Bravo