As folhas de uma planta medicinal típica do Pantanal podem ajudar na cura do câncer e a combaterbactérias multirresistentes que causam, por exemplo, infecções hospitalares. É que aponta uma pesquisa desenvolvida pelo Departamento de Genética da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

A partir de uma expedição científica, que visitou a Serra do Amolar em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, a professora Chirlei Glienke coletou amostras do Cambará, um igarapé típico da região que é usado pela comunidade pantaneira para combater infecções. As folhas, analisadas em laboratório, são levadas a um processo de fermentação para extrair enzimas. A ideia é obter compostos que produzam antibióticos e que ajudem no tratamento do câncer.

Os estudos também mostram que com a Cambará vai ser possível desenvolver compostos para fazer medicamentos para a área da agricultura. A expectativa é de que os resultados da pesquisa saiam em um ano.

Cinco professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), integraram um grupo de 30 pesquisadores de todo o país que participaram da expedição inédita. O objetivo era o reconhecimento da Serra do Amolar e também a coleta de materiais da fauna e flora para estudos. A ação foi organizada pelo Instituto Serra do Amolar.

Outra professora do Paraná que fez da expedição foi Luciane Marinoni. Ela atua no Departamento de Zoologia da UFPR e é presidente da Sociedade Brasileira de Zoologia. De acordo com a pesquisadora, todos os dados coletados são importantes para monitorar e preservar a natureza do Pantanal.

A expedição durou seis dias no mês de fevereiro. Para chegar ao local, que fica na divisa com a Bolívia, foram mais de 20 horas de barco. Todo o material recolhido vai servir de base para diversas pesquisas tanto para na identificação de novas espécies quanto no desenvolvimento de recursos que beneficiem a população.

As descobertas da biodiversidade vão ser disponibilizadas na internet, no site do projeto Taxoline, uma rede paranaense que armazena coleções biológicas. O site é o taxonline.bio.br. Esta foi à primeira etapa da expedição Serra do Amolar, que deve ter uma segunda viagem ainda este ano.

Reportagem: Alexandra Fernandes