Petrobras confirma parcialmente alegações finais do MPF no processo envolvendo o ex-presidente Lula
Os advogados que representam a Petrobras na assistência de acusação junto ao Ministério Público Federal confirmaram parcialmente as alegações finais do órgão no segundo processo envolvendo o ex-presidente Lula.
Nesta ação penal, o ex-presidente é acusado de receber como propina da Odebrecht um terreno onde seria instalada a sede do Instituto Lula e um imóvel em São Bernardo do Campo, São Paulo. Os advogados pedem que os valores supostamente decorrentes dos crimes sejam revertidos em favor da estatal, como ressarcimento pelos danos causados e para minimizar os prejuízos.
Na sequência, as defesas dos réus do processo devem apresentar as alegações finais. Depois disso, o juiz Sérgio Moro deve definir se absolve ou condena os acusados. Os procuradores da Força-Tarefa da Lava Jato pedem a condenação de Lula por nove atos de corrupção passiva e por sete de lavagem de dinheiro. Além disso, o MPF pede a condenação do advogado Roberto Teixeira, do ex-ministro Antonio Palocci, do empresário Marcelo Odebrecht e de outras quatro pessoas.
No documento de 408 páginas, a força-tarefa também pede que o imóvel em São Paulo seja confiscado pela justiça e que seja feito um pagamento de R$ 75 milhões, que segundo as investigações, é o valor correspondente ao total da porcentagem da propina paga pelo Grupo Odebrecht.
Em um dos trechos, os procuradores afirmam que Lula teria sido o principal responsável pelo esquema de macro corrupção estabelecido na Administração Pública Federal, por meio da distribuição de cargos na diretoria da Petrobras, com o objetivo de arrecadar propinas a agentes públicos e políticos.
Reportagem: Ana Flavia Silva