A Polícia Federal instaurou pelo menos dois procedimentos para investigar supostos ataques feitos por hackers a celulares de autoridades federais. O primeiro deles, há cerca de um mês, apura a violação de aparelhos de procuradores da República que atuam nas forças-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo. Na quarta-feira passada (5), a Polícia Federal instaurou novo inquérito, desta vez para apurar ataques que teriam sido feitos ao celular do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Em maio, Procuradoria Geral da República instaurou um procedimento administrativo para acompanhar a apuração.

A instituição informa que também foram determinadas providências à Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação (STIC) para diagnosticar eventuais ataques e resolver o problema de forma definitiva. Até o momento, não há resultado conclusivo sobre o procedimento administrativo. A PGR diz ter tomado medidas para ampliar a segurança dos aplicativos de mensagem como WhatsApp e Telegram nos celulares institucionais.

A investigação criminal a respeito dos ataques cibernéticos, no entanto, fica a cargo da Polícia Federal, sob o acompanhamento do Ministério Público Federal em primeira instância. Não está claro se as conversas entre o ex-juiz Sérgio Moro e o coordenador da Lava Jato no Paraná, procurador Deltan Dallagnol, divulgadas pelo jornal The Intercept têm relação com esses mesmos ataques cibernéticos.

A origem das conversas, segundo o jornal, teria sido uma fonte anônima. O The Intercept Brasil não divulga detalhes sobre como a fonte conseguiu os dados. O veículo informa que o único papel que teve foi o de receber o material da fonte que contatou o jornal há diversas semanas.

De acordo com a reportagem, esse contato foi feito “bem antes da notícia da invasão do celular do ministro Moro, divulgada nesta semana, na qual o ministro afirmou que não houve captação de conteúdo”. A pessoa que repassou os dados teria informado que já havia obtido todas as informações e estava ansiosa para repassá-las a jornalistas.

Reportagem: Lenise Klenk