PM alega seguir protocolo em negociação trágica em Curitiba
O policial chegou a ficar sem a arma de fogo, mas foi liberado pelo laudo médico
A Polícia Militar afirmou durante coletiva de imprensa que tomou todas as medidas cabíveis e seguiu todos os protocolos previstos durante a negociação com o soldado Almeida, que matou a ex-companheira e depois tirou a própria vida nesta terça-feira, no Rebouças, em Curitiba. De acordo com o comandante do 12° Batalhão de Polícia Militar, major Rocha, não houve um momento em que pudesse efetuar algum disparo para neutralizar o homem armado, mesmo com a vítima baleada no interior do veículo.
Os oficiais da PM também destacaram que no mesmo momento em que a vítima foi até a corregedoria, o soldado Almeida foi ao quartel pegar a arma de fogo. Sendo assim, sem tempo hábil para que o crime fosse evitado. O coordenador geral da PM, coronel Cavalheiro, disse que a corporação não tinha conhecimento da Medida Protetiva de urgência solicitada pela Franciele Cordeiro, de 28 anos, ex-companheira do soldado Almeida.
O policial estava atuando no Centro de Operações Policiais Militares (Copom), a sala de rádio que despacha as viaturas para as ocorrências. Ele chegou a ficar afastado do trabalho e sem portar o revólver por mais de 100 dias, mas um laudo médico recente liberou para que ele voltasse às atividades e portasse a arma.
Em um boletim de ocorrência, Franciele registrou que o soldado Almeida havia forçado ela a abortar por duas vezes, uma quando ela estava grávida de dois meses e outra com uma gestação de 7 meses. De acordo com a vítima, o pm teria colocado um produto abortivo durante uma relação sexual entre eles. Ao final da coletiva, a Polícia Militar lamentou pelo ocorrido e disse que segue intensificando as ações contra a violência doméstica dentro e fora da corporação.
Reportagem por Leo Coelho