PM desocupa área em Laranjal, no Centro do Paraná, onde estavam acampadas 54 famílias sem-terra

 PM desocupa área em Laranjal, no Centro do Paraná, onde estavam acampadas 54 famílias sem-terra

(Foto: Leandro Taques/MST)

(Foto: Leandro Taques/MST)

Policiais militares concluíram na manhã desta sexta-feira (20) a retirada de 54 famílias de trabalhadores rurais sem-terra que estavam em uma área em Laranjal, na região Central do Paraná. Os acampados aguardavam uma decisão judicial que poderia mantê-los na área.

Mas na noite desta quinta-feira (19), o presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, desembargador Adalberto Jorge Xisto Pereira, rejeitou o pedido apresentado pela Prefeitura de Laranjal para que a ordem de despejo fosse revogada e os trabalhadores fossem mantidos na propriedade.

A reintegração de posse chegou a ser suspensa por algumas horas na quinta-feira (19), mas foi retomada no fim da tarde. Ao todo, 162 pessoas deixaram a área onde moravam e produziam desde 2016.  A comunidade está localizada no imóvel rural Fazenda Prudentina, de 853 hectares, declarada em junho de 2016 uma propriedade de interesse social para fins de Reforma Agrária. O decreto presidencial que dá essa destinação ao imóvel é respaldado em um parecer de técnicos do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), que classificou a área como improdutiva.

Depois que foi ocupada, a propriedade passou a gerar renda e subsistência para as famílias acampadas. De acordo com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, os agricultores mantinham uma produção diária de 1.200 litros de leite, vendidos para um laticínio de Palmital. No primeiro semestre de 2019, os acampados colheram 7.500 sacas de milho. As famílias despejadas estão abrigadas em espaços públicos municipais. Além de negar o pedido da Prefeitura Municipal, a decisão judicial de manter a reintegração de posse da propriedade contrariou um parecer do Ministério Público favorável à suspensão da desocupação.

De acordo com o MST, esta é a sexta desocupação de áreas com acampamentos de trabalhadores sem-terra executada no Paraná desde o início das atuais gestões estadual e federal. O despejo da comunidade José Rodrigues ocorreu poucos dias depois de uma reunião entre o governador Ratinho Júnior e uma comissão de sete bispos e representantes da CNBB do Paraná para discutir ameaças de reintegração de posse. Na ocasião, o governo firmou um compromisso em rever as ações de desocupação, assim como a política fundiária e a mediação de conflitos agrários.

Reportagem: Lenise Klenk

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