PM nega erro, mas vai mudar procedimentos depois que vizinhos ligaram para polícia pelo menos 8 vezes antes de mulher ser assassinada
A Polícia Militar do Paraná afirma que vai mudar os procedimentos para identificar quais chamadas são consideradas prioritárias nas ligações feitas para os atendentes da Central de Operações Policiais Militares. A mudança acontece após gravações telefônicas mostrarem que vizinhos ligaram para a PM pelo menos oito vezes para denunciar a briga de um casal, que terminou com a morte de Daniela Eduarda Alves, em Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba. Mesmo com a mudança, a PM entende que não houve erro no procedimento aplicado no caso.
Segundo o tenente coronel da PM, Manoel Jorge dos Santos Neto, a chamada “grade de prioridades” das ligações vai ser alterada. A quantidade de telefonemas para um mesmo caso vai ser um dos fatores que agora vai ser analisado.
Segundo as investigações a briga do casal começou por volta das onze horas da noite. A viatura da PM chegou ao local só às duas e vinte de madrugada. Ela já estaria morta há quarenta minutos. Segundo a PM, no momento das ligações dos vizinhos, haviam 17 viaturas em operação e todas estavam em atendimento.
A Polícia Militar não especificou o que era cada um dos atendimentos realizados naquele momento. O tenente coronel entende que não houve erro da PM.
O tenente coronel também reclamou da falta de efetivo e de problemas com a frota da Polícia Militar. Ele também disse que toda pessoa que liga para a Polícia encara que o próprio caso é prioritário.
Nessa sexta-feira, o governador Ratinho Júnior disse que assumiu o governo com parte da frota da PM parada em oficinas e que existe um estudo para trabalhar com viaturas locadas. A Secretaria de Segurança Pública investiga o caso internamente, para saber se houve algum tipo de erro no atendimento.
Emerson Bezerra, o assassino, está preso por homicídio triplamente qualificado: feminicídio, motivo torpe e meio cruel. As gravações das ligações foram solicitadas pelo Ministério Público e anexadas ao processo do assassinato.
Reportagem: Felipe Harmata