PMDB-PR abre processo para expulsar Rocha Loures
Um processo de expulsão foi aberto no Conselho de Ética do PMDB do Paraná contra o suplente de deputado federal Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor do presidente Michel Temer. Em encontro estadual do partido hoje (sexta), em Curitiba, o senador Roberto Requião, presidente do PMDB do Paraná, revelou que o processo está em análise. No evento, que reuniu prefeitos, vereadores e demais lideranças do partido no Estado, Requião disse que tem dificuldade em entender o que aconteceu com Rocha Loures.
Ex-chefe de gabinete de Requião, Loures foi filmado com uma mala com 500 mil reais em um flagrante controlado pela Polícia Federal para compor a formalização da delação da JBS. O senador adiantou que um processo foi aberto contra Loures no partido.
Durante discurso aos colegas de partido de todo o estado, Requião citou a relação próxima que tinha com Rocha Loures, com a família e como correligionário. O senador contou que se emocionou quando viu o ex-colega carregando a mala de dinheiro.
Segundo o senador, a delação dos irmãos Batista, proprietários da JBS, foi arquitetada pelo departamento de Estado norte-americano. Ele reforça que não está defendendo os envolvidos. Requião disse que convocou uma reunião no Senado com o procurador-geral da República Rodrigo Janot e com o ex-procurador da Lava Jato Marcello Miller, que atualmente trabalha como advogado na produção do acordo de delação da JBS.
Durante o encontro estadual do PMDB, o senador paranaense fez duras críticas ao presidente Michel Temer, que é presidente do PMDB Nacional. Rodrigo Rocha Loures foi filmado recebendo de dinheiro em investigação da Operação Patmos da Polícia Federal. A investigação é baseada na delação premiada da JBS. O ex-deputado não foi preso em flagrante porque a PF e o Ministério Público Federal optaram por realizar uma ação controlada, em que abrem mão do flagrante para tentar descobrir outros participantes da conduta criminosa. A partir do monitoramento de Rocha Loures, o STF abriu inquérito para investigar o presidente Michel Temer. Em recurso apresentado ontem (quinta-feira) à noite, o procurador-geral Rodrigo Janot pediu novamente a prisão de Rocha Loures e disse que isso é “imprescindível para a garantia da ordem pública e da instrução criminal”. Janot justifica que há no inquérito aberto pelo Supremo escutas telefônicas e outras provas que demonstram que Loures atuou para obstruir as investigações da Operação Lava Jato. A decisão sobre o pedido de prisão será avaliada pelo ministro Edson Fachin, relator da delação da JBS no Supremo Tribunal Federal.