Servidores municipais cobravam taxas para fraudar sistema de impostos em Curitiba
Um grupo suspeito de fraudar o recebimento de impostos municipais e que estaria instalado na prefeitura de Curitiba há pelo menos dez anos é alvo de uma operação da Polícia Civil. A ação do Nurce (Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos) apura um esquema que envolve taxas de IPTU, ITBI e ISS. As investigações duraram cinco meses.
Nesta terça-feira (20), a polícia cumpriu nove mandados judiciais, sendo dois de prisão temporária e outros sete de busca e apreensão. Um dos presos é João Cardoso, funcionário da prefeitura há mais de 30 anos.
O homem apontado como sócio dele também foi detido. Se trata de Eloir Debastiani. Juntos, os dois comandavam o esquema e cobravam até R$ 24 mil de cada contribuinte, que desejava pagar valores de impostos inferiores aos que eram devidos.
O delegado do Nurce, Gustavo Mendes Marques de Brito, explica que a fraude consistia, principalmente, na alteração de dados no sistema da prefeitura. Dessa maneira, a cobrança de impostos era menor do que a que deveria ser aplicada.
Foram apreendidos celulares, computadores e documentos que, segundo a polícia, podem embasar uma segunda fase da operação, já que a suspeita é de que outras pessoas tenham participado das fraudes. Para o delegado Renato Bastos Figueroa, os envolvidos tinham certeza que não seriam descobertos.
Em um vídeo divulgado no Facebook, o prefeito Rafael Greca disse que foi o responsável por dar início às investigações.
A Justiça autorizou a quebra do sigilo fiscal e bancário dos suspeitos. A polícia acredita que mais de mil processos tenham passado pelas mãos dos investigados. No entanto, ainda não é possível afirmar o valor que foi obtido pela quadrilha.
Isso só deve acontecer após uma auditoria da prefeitura, que promete, ainda, cobrar os impostos devidos. O Nurce também não descarta responsabilizar os ‘clientes’ da quadrilha, ou seja, pessoas físicas e jurídicas que pagavam propina para ter a diminuição de taxas devidas.