Polícia Federal rebate críticas e diz que não agiu por ideologia ao negar ida de ex-presidente a velório do irmão
O superintendente da Polícia Federal no Paraná, Luciano Flores, rebateu nesta quinta-feira (31) as críticas que recebeu depois de não autorizar a ida do ex-presidente Lula ao velório do irmão em São Bernardo do Campo, em São Paulo. O superintendente reafirmou que em nenhum momento a decisão foi política. De acordo com ele, mesmo que fosse disponibilizado um avião particular para o transporte, não haveria condições de garantir a segurança do ex-presidente.
O superintendente da PF alegou que não tinha tempo hábil para organizar a logística de transporte e fazer o deslocamento de Lula em segurança. Além da falta de aeronaves disponíveis, Luciano Flores falou dos riscos de manifestações durante o sepultamento e ainda citou como exemplos os protestos em 2016, durante a condução coercitiva do ex-presidente e em abril do ano passado quando Lula foi preso.
O superintendente também rejeitou a possibilidade de se utilizar uma aeronave particular para fazer o transporte do ex-presidente. Os veículos aéreos da PF estariam sendo usados no auxílio ao trabalho na tragédia de Brumadinho (MG). Luciano Flores disse que cada pedido é analisado, mas é necessário “botar na balança” e avaliar se a solicitação feita vai ser alcançada, pensando na segurança de todos os envolvidos.
Logo após a morte do irmão mais velho de Lula, Genival Inácio da Silva, a defesa do ex-presidente recorreu Justiça Federal do Paraná e ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região para que o ex-presidente acompanhasse o enterro. Mas os dois pedidos foram negados. No início da tarde de quarta-feira, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, autorizou a ida de Lula a São Bernardo para encontrar a família em uma base militar. O ex-presidente não aceitou fazer a viagem sem poder ir ao enterro.
Reportagem: Thaissa Martiniuk