O prefeito em exercício, Eduardo Pimentel, disse ontem (13) que não está descartada a hipótese de retirada do projeto encaminhado à Câmara, no fim do mês passado, que permite a instalação da bilhetagem eletrônica em todo o transporte coletivo da capital. Nesta terça-feira (13), ele recebeu representantes do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana. A categoria entregou ao executivo um ofício cobrando que a proposta não seja discutida pelos vereadores. No documento, os trabalhadores indicam impactos que poderiam ser causados com a instalação da bilhetagem eletrônica em todo o sistema de transporte da capital.

O sindicato diz que ela vai causar a demissão de seis mil cobradores e pode afetar em torno de 24 mil pessoas, considerando os prejuízos aos familiares dos trabalhadores. A categoria cita o Dieese e afirma que a economia local pode perder mais de 200 milhões de reais por ano. O ofício vai ser entregue ao prefeito Rafael Greca na segunda-feira (19), após o retorno dele da Europa. Greca cumpre agenda na Espanha. Na quinta-feira (22) da semana que vem, os motoristas e cobradores voltam a discutir o assunto na Urbs.

Ontem (13), o Sindicato dos Motoristas e Cobradores promoveu uma passeata entre a sede da entidade e a prefeitura. Na próxima terça-feira (20), os trabalhadores pretendem realizar um ato na Câmara. Na semana passada, a categoria realizou uma assembleia para reagir à possibilidade de implantação da bilhetagem eletrônica em todo o sistema.

Os motoristas e cobradores aprovaram o indicativo de greve e prometem paralisar as atividades, caso o projeto não seja retirado do legislativo.

O texto encaminhado à Câmara altera uma lei de 2001 que admite a ausência do cobrador somente nos ônibus que param nas estações-tubo e nos micro-ônibus. A proposta tem como base a Convenção Coletiva da categoria, assinada com o sindicato e registrada no Ministério do Trabalho, em maio. A prefeitura afirma que o número de assaltos caiu em mais de 90% nos ônibus que adotam a bilhetagem. E reforça que 60% dos passageiros usam o cartão-transporte.

Reportagem: Cleverson Bravo