Prefeitos, servidores e empresários suspeitos de fraudar licitações são alvos de operação da PF
Seis municípios da região Oeste do Paraná foram alvo de uma operação da Polícia Federal, na manhã desta terça-feira (26). Os agentes investigam um esquema de corrupção, com base na fraude em processos de licitação. Foram cumpridos 28 mandados de busca e apreensão – para recolher celulares, computadores, dinheiro, jóias e documentos dos investigados. Ao menos por enquanto, ninguém foi preso. O material apreendido passa agora, pela análise de peritos e investigadores, que seguem atuando no caso.
Segundo o delegado Mateus Marins Correa, a polícia chegou a dois grupos criminosos distintos com a mesma investigação.
A suspeita é que agentes públicos de Umuarama, Boa Vista da Aparecida e mais quatro municípios, agiam em conluio com representantes de empresas do ramo de obras, para direcionar o vencedor de licitações em contratos públicos. De acordo com a PF, os processos eram superfaturados e o valor pago a mais às empresas pelas prefeituras era dividido entre políticos, agentes públicos e empresários.
As investigações tiveram início, após suspeitas de superfaturamento no processo de contratação para a pavimentação da Estrada Jaborandi – uma rodovia do município de Umuarama, que liga a área rural da cidade à parte urbana e que deu nome à operação. Somente nesta obra, os peritos estimam que quase 200 mil reais tenham sido desviados e distribuídos entre os integrantes do grupo criminoso.
Com as apreensões realizadas nesta terça-feira (26), os policiais esperam desvendar o quanto foi desviado no total pela quadrilha e chegar a outros envolvidos nas ações criminosas.
Esse é o segundo esquema de corrupção revelado em Umuarama, no Oeste do Paraná. O prefeito da cidade, Celso Pozzobom (PSC), está afastado do cargo, suspeito de desviar R$ 19 milhões de recursos públicos da área da saúde. Ele é apontado pela PF como coordenador de um dos grupos criminosos envolvido no superfaturamento de obras públicas. O outro chefe do mesmo esquema apontado pela corporação é Leonir Antunes dos Santos (PL), prefeito de Boa Vista da Aparecida. Procurada pela reportagem, a defesa dos dois investigados não quis se pronunciar.
Os agentes públicos e os integrantes das empresas podem responder pelos crimes de corrupção ativa, passiva, fraude à licitação, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas para todos os crimes podem chegar a 62 anos de reclusão.
Reportagem: Leonardo Gomes/David Musso