Presidente da CCJ na Câmara participa de manifestação contra o STF em Curitiba
Tomataço, apoio à Lava Jato e às Forças Armadas, ataques à esquerda e ao ex-presidente marcaram a manifestação contra o Supremo Tribunal Federal (STF) em Curitiba neste sábado (9). Organizado por movimentos de direita, o protesto pediu o restabelecimento da possibilidade de prisão imediata de réus condenados em segunda instância.
A manifestação recebeu a visita do presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal, o deputado Felipe Francischini, do PSL paranaense.
Apesar de ter afirmado que manteria uma postura reservada, o deputado subiu no caminhão de som para defender a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que pretende restabelecer a execução provisória da pena. Ele diz que quer garantir a votação na CCJ até terça-feira (12).
A PEC 410/18 altera o artigo 93 da Constituição Federal para permitir a possibilidade de prisão após a condenação por órgão colegiado. No Senado, a PEC 5/2019 também propõe a mudança.
Segundo Francischini, a corrida agora é por apoios dos partidos de centro.
A manifestação foi realizada na praça em frente ao prédio da Justiça Federal em Curitiba, local que ficou conhecido como ponto de encontro de apoiadores da Lava Jato. O movimento Lava Togas instalou na praça um painel com fotos dos seis ministros do STF que votaram por declarar inconstitucional a execução provisória da pena. Os organizadores promoveram um “tomataço”. Eles distribuíram tomates para que fossem arremessados contra o painel.
Integrante do MBL, William Rocha diz que a pressão agora recai sobre os parlamentares para aprovação da PEC da prisão em segunda instância.
Em Curitiba, os movimentos que criticam o STF são formados por apoiadores da Lava Jato e que também se envolveram na campanha do então candidato à presidência Jair Bolsonaro, do PSL. Neste sábado, o nome dele foi poucas vezes mencionado, ao contrário dos ataques recorrentes ao ex-presidente Lula, beneficiado com a liberdade pela recente decisão do Supremo.
Para a administradora Sara Mendes, o entendimento favorece apenas condenados por crimes financeiros.
Líderes de movimentos que organizaram os protestos deste domingo divulgaram um site que apresenta o posicionamento de deputados e senadores em relação às PECs. O “Mapa pela prisão em segunda instância” pede que a população pressione os parlamentares por uma rápida aprovação das propostas de alteração na Constituição Federal.
Reportagem: Lenise Klenk