Previsão de La Niña pode manter Curitiba e região no racionamento de água
O nível médio dos reservatórios que abastecem Curitiba e região está em 48,31%. Com a previsão de La Niña para os próximos meses, a Sanepar emitiu um alerta: o fenômeno climático causa poucas chuvas de fevereiro a abril deste ano e o racionamento e o uso consciente de água devam continuar. Na manhã de ontem (09), a média era de 48,53%.
Para que o racionamento seja encerrado, o nível médio dos reservatórios precisa estar acima de 60%. O La Niña é o resfriamento das águas do Oceano Pacífico, o que muda a circulação de ventos em todo o mundo.
Na região sul do Brasil, o La Ninã causa a diminuição das chuvas, conforme explica o meteorologista do Simepar, Paulo Barbieri.
Apesar de o La Ninã ter feito parte da estiagem enfrentada ao longo de 2020, especialistas apontam que ele não é a única causa da crise hídrica. O engenheiro civil e professor de gestão urbana, Carlos Melo Garcias, estuda os rios de Curitiba e analisa que a crise hídrica é uma questão de demanda desproporcional à capacidade dos mananciais.
Para o professor, o uso consciente da água precisa ser algo constante e não exclusivo do momento de crise.
A diretoria de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar afirma que é importante manter o uso racional da água e o rodízio no sistema de abastecimento. O registro de chuvas 70% acima da média em novembro evitou a adoção de um rodízio mais severo.
No entanto, em dezembro, as chuvas foram de 20% acima da média; e em janeiro, de apenas 5%. Porém, a companhia diz que as chuvas na média não recuperam reservatórios, principalmente por causa da crise hídrica. Entre as barragens que abastecem Curitiba e região, a melhor situação é da Piraquara 2, que está com 78,67% da capacidade. Já a barragem Iraí tem o pior índice: 35,42%.
Reportagem: Larissa Biscaia/Fernanda Scholze