Os integrantes da força-tarefa Lava Jato no Paraná afirmam que a punição ao ex-coordenador do grupo, Deltan Dallagnol, diminui o espaço de contribuição de membros do Ministério Público para a democracia do país.

Em nota, contestam a decisão e consideram que a medida coíbe a manifestação pública e fixa a todo procurador e promotor uma possibilidade de participação em debates sociais menor do que de outros cidadãos. Nesta terça-feira, Deltan Dallagnol foi punido por nove votos a um, por postagens em rede social, em que ele se posicionou contra a eleição do senador Renan Calheiros (MDB-AL) para a presidência do Senado, no ano passado.

Entre as postagens, estava a afirmação de Dallagnol de que, caso Calheiros fosse eleito, “dificilmente” veríamos a aprovação da reforma contra a corrupção. A penalidade de censura é a segunda mais grave aplicada pelo conselho. Ela atrasa a progressão na carreira e serve de agravante em outros processos no conselho.

Os procuradores também podem ser punidos com advertência, suspensão, demissão ou cassação da aposentadoria. Após a sentença, Dallagnol se manifestou na internet e disse que a decisão “ainda há de ser revertida”.