Procuradoria Regional Eleitoral pede cassação de Fernando Francischini
A Procuradoria Regional Eleitoral do Paraná pediu ontem (29) à Justiça Eleitoral a cassação do diploma do deputado federal Fernando Francischini, do PSL. Deputado estadual eleito com maior número de votos neste ano, Francischini é alvo de uma ação que o acusa de ter impulsionado a própria candidatura com base em notícias falsas que questionaram a lisura do processo eleitoral. O Ministério Público também pede que o deputado fique inelegível pelos próximos oito anos.
De acordo com a ação, “o uso de notícias falsas e sabidamente inverídicas relativas a “fraudes” em urnas eletrônicas, certamente foi capaz de prejudicar a livre manifestação da vontade política popular”. A ação aponta que condutas ilegais beneficiarem o candidato Francischini e o PSL. O documento de 20 páginas é assinado pela procuradora Eloisa Helena Machado.
A ação relaciona uma transmissão ao vivo feita por Francischini em sua página oficial no Facebook no dia 7 de outubro, data do primeiro turno das eleições. No vídeo, Francischini afirma que advogados do PSL “descobriram” duas urnas “fraudadas ou adulteradas” no Paraná. O vídeo continua disponível na rede social do parlamentar e hoje tem mais de 315 mil curtidas e mais de 410 mil compartilhamentos do conteúdo.
No vídeo, Francischini diz que está “estourando” a informação “em primeira mão pro Brasil inteiro”. Segundo ele, “urnas ou são adulteradas ou fraudadas”. E “com a ajuda do juiz eleitoral e do promotor eleitoral”, estava “trazendo a denúncia gravíssima”. Segundo Francischini, os equipamentos não teriam permitido que eleitores votassem em Bolsonaro ao apertarem o número 17, o que ele classificou como um “cambalacho” para prejudicar o então candidato à presidência da República.
Francischini foi eleito com 427.627 votos neste ano. A votação, por meio do quociente eleitoral, fez com que outros oito candidatos do PSL fossem eleitos deputados estaduais. No Paraná, o partido também elegeu três deputados federais, um deles Felipe Francishini, filho de Fernando Francishini.
No Facebook, Francischini disse hoje (30) que imunidade parlamentar serve para isso e que ele denunciou e o TRE auditou as urnas citadas. Nenhuma irregularidade foi encontrada.
Reportagem: Narley Resende