PT e CUT prometem recorrer contra desocupação da vigília pró-Lula
Os movimentos e partidos que participam da Vigília Lula Livre, nas proximidades da sede da Polícia Federal, afirmam que vão recorrer à segunda instância do Poder Judiciário contra uma decisão que determina a desocupação da área. Eles também pediram uma audiência com a governadora Cida Borghetti (PP) para discutir o caso. O juiz Jailton Tontini, da 3.ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba, determinou nesta segunda-feira (28) que o acampamento em apoio ao ex-presidente, preso desde 7 de abril na sede da Polícia Federal, no Santa Cândida, seja removido e autoriza o uso de força policial para o despejo.
Na época da prisão, os manifestantes chegaram a montar um acampamento no local. Mas depois de uma liminar de que determinou pela primeira vez a desocupação, os integrantes dos movimentos sociais firmaram um acordo com autoridades e mantiveram no local apenas algumas tendas instituição, que servem de suporte para atos públicos diários realizados na vigília. O acampamento foi transferido para terrenos particulares.
Mas o juiz Jailton Tontini não reconhece o acordo nem a possibilidade de conciliação com o autor do pedido de desocupação, que é o Município de Curitiba. O presidente estadual do PT, Doutor Rosinha, critica a saída da Prefeitura de Curitiba das negociações, das quais participou inicialmente, e classifica como arbitrária a decisão do juiz.
Ao indeferir o recurso do Partido dos Trabalhadores, Tontini afirma que a decisão liminar não está sendo cumprida pelo PT e pela Central Única dos Trabalhadores (CUT). O juiz aplica a cada uma das duas organizações multa de R$ 500 mil por dia até que a decisão seja cumprida. Ele também solicita auxílio de força policial à governadora Cida Borghetti, ao Secretário de Estado da Segurança Pública, Julio Cezar dos Reis, e à Comandante-Geral da Polícia Militar, Coronel Audilene Rosa de Paula Dias Rocha, para o imediato cumprimento da ordem de desocupação da área.
Doutor Rosinha diz que o juiz ignora pedidos de reconhecimento do acordo, assim como de conciliação apresentado pelo Ministério Público e pelo próprio PT. O presidente do PT no Paraná afirma que os movimentos sociais vão manter a vigília e buscar novamente uma negociação, ao mesmo tempo em que vão recorrer à Justiça.
O governo do estado informa, por meio da assessoria de Comunicação, que ainda não foi notificado da decisão judicial. Também afirma que não vai discutir o assunto com os participantes da vigília ou se manifestar sobre o assunto antes da notificação.