Quadro Negro: Juliano Borghetti é condenado à prisão por cobrar propina em troca de cargo comissionado
O ex-vereador Juliano Borghetti, irmão da ex-governadora Cida Borghetti, foi condenado a três anos e seis meses de prisão, por tráfico de influência, no âmbito da Operação Quadro Negro. Ele foi acusado de oferecer um cargo público comissionado na estrutura da vice-governadoria do Paraná em troca de propinas da Construtora Valor. A empreiteira é uma das investigadas na operação que apura desvios de pelo menos R$ 20 milhões em obras de construção e reforma de escolas estaduais durante a gestão de Beto Richa.
O dono da Valor Construtora, Eduardo Lopes de Souza, foi condenado a um ano e 11 meses de prisão. O empresário confessou ter repassado R$ 45 mil a Juliano Borghetti. No entanto, o juiz Fernando Bardelli Fischer, da 9.ª Vara Criminal de Curitiba, suspendeu a condenação de Eduardo Lopes de Souza, que é delator da Operação Quadro Negro. As outras penas impostas a ele já superam os 15 anos de prisão, que é o limite imposto no acordo que ele assinou junto ao Ministério Público do Paraná.
O ex-vereador Juliano Borghetti poderá responder em liberdade. Mesmo que a condenação seja mantida, ele poderá cumprir a punição no regime inicial semiaberto. A defesa, em nota, reitera a inocência e informa que recorrerá da decisão. A ex-governadora Cida Borghetti informa que não praticou nenhum ato ilícito tanto que a própria sentença analisou sua isenção. Ela não era alvo desse processo. Em relação ao deputado Ricardo Barros, marido de Cida, a defesa informa que o inquérito contra ele foi arquivado pelo Supremo Tribunal Federal. Eduardo Lopes de Souza não foi localizado.
Reportagem: Angelo Sfair