Na esteira do anúncio do governo federal em relação ao corte de 30% nos recursos destinados às universidades federais, o governador Ratinho Junior (PSD) não descarta a hipótese de mudanças no orçamento também das instituições estaduais. Para ele, é preciso manter o foco na gestão transparente das verbas, que são de natureza pública.

O político destaca que, embora o orçamento esteja garantido, a ideia é que uma nova metodologia de administração seja criada com a participação dos reitores para evitar prejuízos futuros ao ensino e à pesquisa.

Esta foi a primeira vez que o governador falou sobre o assunto. Ratinho Junior acredita que, embora a decisão já tenha sido divulgada, o dinheiro pode voltar a ser liberado de acordo com a necessidade de cada universidade, ao menos para uma parcela dessas instituições. O governador do Paraná também considera um exagero pensar que a medida vai impactar de forma significativa setores da economia como a Indústria e o Agronegócio, por exemplo.

A afirmação de que os cortes podem impactar a economia como um todo aparece em uma nota emitida pela Universidade Federal do Paraná no dia 2 de maio, logo após o anúncio do governo federal. Ao todo, 64 instituições enfrentam o mesmo problema, mas o reitor Ricardo Marcelo Fonseca, da UFPR, tenta reverter a situação.

Ele tem pedido a alunos, ex-alunos, docentes e toda a comunidade para que compartilhem pesquisas já desenvolvidas e projetos de inovação promovidos pela Federal.

O corte de 30% dos recursos gera um impacto estimado de R$ 48 milhões nas operações de custeio somente da UFPR e pode inviabilizar as atividades da instituição já no segundo semestre deste ano. Reitores da instituição e também da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), do Instituto Federal do Paraná e da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) buscam suporte financeiro e apoio político contra a decisão do Ministério da Educação.

Reportagem: Daiane Andrade/Ricardo Pereira