Reajuste de outros poderes do Paraná não será votado até acordo sobre salário dos servidores, diz Traiano
Em meio à greve dos servidores estaduais por reajuste salarial, o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Ademar Traiano, disse ontem (01) que a Casa não colocará em votação nenhum reajuste dos outros poderes do estado, enquanto não houver acordo no Executivo. A declaração foi feita ontem na sessão plenária, e foi aplaudida por manifestantes que estavam no local.
Em contrapartida, o líder do Governo na Assembleia Legislativa, o deputado Hussein Bakri (PSD) afirma que existe uma possibilidade de negociação e ressalta que a proposta deve ser apresentada nos próximos dias. Segundo o parlamentar, a proposição está sendo finalizada pela administração estadual.
Os funcionários do governo estadual estão com os salários congelados há quatro anos, e pedem uma correção de 4,94%, que corresponde à inflação dos últimos doze meses. Já o governo de Ratinho Junior diz que não há dinheiro suficiente para atender à demanda dos servidores, e afirma que não negocia com grevistas.
Outros poderes do Paraná, como o Judiciário e o Ministério Público, já haviam encaminhado à Assembleia propostas de reajuste do quadro de funcionários: o Tribunal de Justiça, por exemplo, propôs aumentar o salário dos servidores da casa em 4,94%. É exatamente o mesmo índice que os servidores estaduais pedem ao governo do Paraná.
O funcionalismo público está em estado de greve desde o dia 25 de junho. Ontem, uma manifestação reuniu cerca de 15 mil servidores do Executivo no Centro Cívico, segundo o Fórum das Entidades Sindicais do Paraná. Eles estão sem reposição desde 2016 e acumulam uma defasagem salarial de 17%.
Reportagem: Estelita Carazzai