Richa, mulher e filho viram réus na Operação Integração por lavagem de dinheiro

 Richa, mulher e filho viram réus na Operação Integração por lavagem de dinheiro

Foto: Nani Gois/Alep

Foto: Nani Gois/Alep

O ex-governador do Paraná, Beto Richa, virou réu, na noite desta quarta-feira (13), pelo crime de lavagem de dinheiro na Operação Integração. A força-tarefa Lava Jato investiga um esquema de corrupção em contratos de concessão de rodovias federais no Estado, entre 1999 e 2018.

O Juiz Paulo Sergio Ribeiro, da 23ª Vara Federal de Curitiba, recebeu a denúncia contra o ex-governador, a mulher dele, Fernanda Richa, o filho, André Vieira, e o contador Dirceu Pupo, preso há vinte dias. Segundo o Ministério Público Federal, a família Richa ocultou 930 mil reais como parte não declarada do pagamento de um terreno, num condomínio de luxo, no Santa Felicidade, no final de 2012.

A força-tarefa Lava Jato afirma que o valor é produto do pagamento de propinas do pedágio e de outros esquemas de corrupção durante o governo Richa. A denúncia sustenta que o filho do ex-governador e o contador da família adquiriam imóveis em nome da empresa Ocaporã — administradora de bens que pertence a ex-primeira-dama e aos filhos dela, Marcello e André Vieira. O valor da transação na escritura pública era subfaturado e o pagamento da diferença entre o valor real e o declarado era efetivado com dinheiro vivo — que seria produto do esquema ilícito investigado na Operação Integração.

Segundo a denúncia, Richa não consta formalmente do quadro de sócios da administradora de bens da mulher. No entanto, as investigações apontaram indícios de que o contador era o responsável por cuidar das empresas e tomar decisões estratégicas, em conjunto com o ex-governador, sobre a aquisição de imóveis e realização de negociações em nome do núcleo familiar.

No caso do imóvel alvo da denúncia, o terreno foi declarado por 505 mil reais (mais tarde, o filho de Richa revendeu o lote por três milhões e 200 mil reais). O gerente comercial da empresa responsável pelo condomínio afirmou que o valor de venda do imóvel para administradora de bens da ex-primeira-dama foi de um milhão e 950 mil reais. O negócio envolveu dois terrenos no Alphaville e outros 930 mil reais em espécie. Segundo a denúncia, o valor foi entregue ao empresário Tony Garcia. As defesas têm dez dias para apresentar resposta escrita à acusação.

No despacho, o juiz ainda informou que não acolheu o pedido da Procuradoria Geral do Paraná para habilitar o Estado como terceiro interessado no processo. O Ministério Público Federal tinha se manifestado de modo favorável ao pedido. O juiz ainda manteve a tramitação do processo sem sigilo.

Reportagem: Cleverson Bravo

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