Sem patrocínio, lutadores de Curitiba vendem balas para arrecadar recursos e participar de campeonatos
Vestidos com quimonos de jiu-jitsu e com medalhas no pescoço, 4 lutadores abordam motoristas nos bairros Bacacheri e Cabral. Os amigos treinam juntos em uma escola da região e somam conquistas estaduais, nacionais e internacionais. Mas para manter a luta no tatame, eles travaram um combate na vida real. Sem patrocínio, os jovens vendem balas de goma e pedem doações em sinaleiros.
A iniciativa foi do Rafael Nascimento Campos, de 19 anos, que já vendia bombons nos concursos e resolveu expandir o negócio. Ao lado dos amigos, ele oferece as balas em troca de R$ 1, com a intenção de arrecadar o montante necessário para custear viagens e o valor de inscrições em competições.
Com treinos todos os dias, em cinco anos Rafael já conquistou títulos importantes como o sul-brasileiro, o sul-americano, o Curitiba Open, promovido pela confederação brasileira de jiu-jitsu, além de vários títulos paranaenses. O mais especial para ele foi o vice-campeonato europeu, em janeiro do ano passado. E é em busca dessa conquista que o grupo se uniu nos sinaleiros.
Eles estimam um custo de R$ 15 mil para a viagem para a Europa. Por dia, em média, têm arrecadado R$ 60. Pelos cálculos de Heitor Grein, um dos jovens lutadores, o valor vai ser atingido, especialmente pelo apoio extra de muitas pessoas.
Com 50 medalhas conquistadas em 2 anos e meio de competições, Felipe Negochadle, de 21 anos, também faz parte da turma. Ele reclama da falta de apoio financeiro público e privado.
Além do trio, outro lutador, André Marcelo Valle também participa da iniciativa. Todos eles são alunos bolsistas da escola de jiu-jitsu Gracie Barra. Além das balas, os atletas entregam panfletos com o número de telefone e uma breve descrição da iniciativa.
Para quem quiser ajudar, é possível encontrar o grupo no cruzamento de ruas movimentadas, como a esquina da Rua Holanda com a Erasto Gaertner.
Reportagem: Ana Flavia Silva