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Mirian Gasparin

O aumento do faturamento, sem descontar a inflação superou a casa de R$ 8 bilhões

 Setor atacadista e distribuidor do Paraná cresce 17% em 2021

Foto: Reprodução

O setor atacadista e de distribuição do Paraná vem apresentando crescimento acima da média nacional. Enquanto na média brasileira o crescimento nominal, no ano passado, foi de 7,1%, no Paraná, o aumento do faturamento, sem descontar a inflação chegou 17%, superando a casa de R$ 8 bilhões.

Os dados fazem parte do estudo do Ranking ABAD/Nielsen 2022 – ano base 2021, realizado pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores, em parceria com a consultoria NielsenIQ. Eu conversei com o presidente do Sindicato do Comércio Atacadista do Paraná, o empresário Luis Antônio Dias, e ele me disse que embora a alta da inflação seja um dos maiores problemas que o setor está enfrentando, acredita que o faturamento das empresas atacadistas e distribuidoras de produtos no Paraná deve se manter, este ano, na casa de dois dígitos.

O estudo da ABAD/Nielsen também apontou a relação das 10 maiores empresas do setor na região Sul e as 10 maiores do Paraná.  Em 2021, as 118 empresas do mercado atacadista e distribuidor dos três estados do Sul faturaram R$ 26 bilhões.  Vale lembrar que só no Paraná, o segmento conta com 46 empresas.

A líder em faturamento é a Destro  Macroatacado, que atende mais de 1.700 municípios e cerca de 60 milhões de consumidores. A empresa da família Destro conta com centros de distribuição atacadista localizados em Curitiba, Cascavel, Foz do Iguaçu, Jundiaí e Novo Hamburgo, e com presença forte em 5 estados. 

Eu conversei com diretor geral da Destro Macroatacado, o jovem empresário João Carlos Destro, e ele me disse que em 2021, o faturamento da Destro chegou a quase R$ 2 bilhões e para este ano está projetando um crescimento nominal, ou seja, sem descontar a inflação, na casa de 13%.

O diretor geral da Destro, explicou que a inflação é um grande catalisador das vendas do atacado. A grande vantagem do setor atacadista é que ele consegue comprar grandes volumes de mercadorias e estocar. Só para se ter uma ideia, os atacadistas trabalham com estoques para até 90 dias e dessa forma conseguem amortecer os preços das mercadorias.

João Carlos Destro me disse que se as empresas atacadistas não estocassem os produtos por até três meses, os reajustes seriam repassados de imediato para o consumidor e a inflação seria ainda maior.

Segundo o diretor da Destro Macroatacado, essa estratégia começou no início da pandemia, em março de 2020, e tem se mostrado eficiente até agora.

O empresário também chama a atenção para o fato de que enquanto continuar a guerra entre Rússia e Ucrânia e os preços do petróleo permanecerem em alta, os reajustes dos produtos vão continuar.

Eu perguntei sobre os novos projetos do grupo, e ele me informou que a Destro prevê a abertura de lojas próprias, lojas de vizinhança e novos atacadões. Também está previsto o aumento de marcas próprias e exclusivas. Hoje, a Destro trabalha com 140 itens de marcas próprias e exclusivas, que respondem por 5% do faturamento. O objetivo é chegar a 15% do faturamento.

Confira abaixo a coluna em áudio:

Mirian Gasparin

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