Mesmo em momento de crise, as boas oportunidades no setor imobiliário realizam sonhos. É o caso da empreendedora Alyni Borges, que financiou um apartamento recentemente.

Em todo o país, as vendas de imóveis disparam 127% neste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. O aquecimento, em plena pandemia, revela que, de janeiro a maio deste ano, pouco mais de R$ 77 bilhões de reais foram usados para adquirir um imóvel. O mês de março bateu recorde em financiamentos. Os dados são da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança. A queda na taxa de juros é o principal motivo para o bom desempenho do setor, como afirma a presidente da Abecip, Cristiane Portella.

A especialista em direito imobiliário Heloise Moreira afirma que outro atrativo é a facilidade virtual, ampliada durante o período de isolamento social.

Para o economista Lucas Dezordi, o setor está em ascensão e o financiamento pré-fixado ainda é a melhor escolha para quem quer um imóvel rapidamente.

O sócio-diretor da Brain Inteligência Estratégica, Fábio Tadeu Araújo, avalia que os lançamentos caíram, mas mesmo assim o Paraná se destaca em comparação com outras regiões do país.

Mas o aquecimento no setor vai além de quem busca o primeiro imóvel. A possibilidade em deixar o próprio imóvel como garantia para um empréstimo, por exemplo, tem contribuído com a retomada econômica. A VP de home equity da Creditas, Maria Teresa Fornea, explica que a principal vantagem é a taxa mais baixa, em um prazo maior. Mesmo podendo utilizar o recurso para quitar dívidas, ainda há clientes que buscam o serviço para, até mesmo, reformar ou comprar um bem maior.

Em julho, a Caixa promoveu o1º Feirão Digital da Casa Própria com 180 mil imóveis novos ofertados em todo o país. Considerado o maior acontecimento do ramo imobiliário, o Feirão CAIXA da Casa Própria, ofereceu linhas de financiamento com prazo de pagamento de até 35 anos, com destaque para a modalidade Poupança CAIXA, lançada em 2021, com taxas a partir de 3,35% a.a., somado à remuneração adicional da poupança e saldo devedor atualizado mensalmente pela TR. Já o Itaú Unibanco conquistou uma marca histórica no primeiro trimestre de 2021. Em apenas um trimestre, concedeu R$ 10,3 bilhões em novos empréstimos para o financiamento de aquisição de imóveis. O valor se refere aos créditos liberados nos primeiros três meses de 2021 para pessoas fíicas e é 216% superior ao volume emprestado no mesmo período de 2020.

Imóveis mais amplos e ao ar livre

Com mais tempo em casa, por causa das medidas restritivas para evitar a covid-19, a busca por imóveis maiores e com mais espaços ao ar livre, como quintais e varandas, disparou nos últimos meses. Uma pesquisa feita por um dos maiores portais imobiliários do país, o Imovelweb, revelou que 77% dos entrevistados têm o desejo de mudar de casa, principalmente para um ambiente mais amplo. A pesquisa também mostrou que 80% deles querem comprar um imóvel. Segundo o diretor financeiro do portal, Tiago Galdino, o conceito de moradia mudou muito com a pandemia.

Para o diretor de unidade de uma das principais construtoras de Curitiba, Ricardo Kitamura, os clientes estão repensando mais na hora de comprar um local para morar. Os espaços multiusos, com possibilidade de trabalhar em casa com mais comodidade, estão na mira dos clientes.

Os números comprovam, já que a procura por imóveis de luxo cresce cada vez mais. Segundo dados da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR), Curitiba registrou um aumento de 63% no Valor Geral de Vendas vendido para apartamentos superluxo em Curitiba. De acordo com o diretor de operações da GT Building, Alysson Sanches, os clientes querem mais tecnologia e muito conforto.

Para o managing partner do GRI Club, Gustavo Favaron, a logística também deixou de ser prioridade neste momento.

A presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança, Cristiane Portella, afirma que as expectativas de bons negócios são ainda mais otimistas.

O consultor imobiliário, Wagner Bonato, recomenda que investir em imóveis é uma boa pedida neste momento.

Nas próximas duas décadas o país terá uma população economicamente ativa, ou seja, apta a trabalhar, superior ao número de idosos e crianças.

Reportagem: Lorena Pelanda