Após o temporal de ontem (30), pelo menos 118 pedidos foram feitos à Prefeitura de Curitiba para a retirada de galhos e árvores que caíram pela cidade. O número chama a atenção para a situação das árvores da capital paranaense: só no mês de abril, 151 pedidos de poda ou corte de árvores foram feitos à Central 156, da Prefeitura de Curitiba, segundo um levantamento feito pela reportagem da Bandnews. Os moradores se queixam do risco de acidentes ou queda, e pedem a avaliação técnica da prefeitura. O município costuma dar prazo de 15 a 30 dias úteis para avaliar o risco e dar retorno sobre a poda.

Mas alguns moradores reclamam que estão aguardando há meses por um retorno. A ouvinte Rozana Aparecida de Lima, moradora do Pinheirinho, pediu a poda de árvores em um colégio vizinho à sua casa em março. Até agora, porém, o colégio aguarda a autorização da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

O professor Dartagnan Emerenciano, diretor da Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná, é especialista nesse tema. Ele mapeia há anos as árvores em risco em Curitiba. O último levantamento da fundação, de três anos atrás, mostrou que 60 mil árvores corriam risco de queda em Curitiba. Isso corresponde a cerca de 20% das árvores da cidade.  O professor destaca que a prefeitura de Curitiba faz o que pode.

Segundo ele, a equipe de manutenção de Curitiba tem muita demanda. Em um temporal como o desta madrugada, a queda de árvores, apesar de todo o controle, acaba sendo imprevisível.

A Fundação de Pesquisas Florestais, ligada à UFPR (Universidade Federal do Paraná), trabalha em um levantamento de todas as árvores de Curitiba, para criar uma escala de risco. Esse trabalho vai ser feito com fotos aéreas de drones, que devem chegar no mês que vem.

Com isso, a prefeitura poderá identificar quais árvores estão com o maior risco de cair, e agir preventivamente. Emerenciano diz que isso precisa ser analisado caso a caso.

Segundo o professor, a ideia é de que, até o final do ano, este levantamento fique pronto. Os pesquisadores também trabalham no desenvolvimento de um aplicativo de celular para que os próprios moradores de Curitiba possam identificar as árvores de risco, tirar fotos e alertar a prefeitura, a fim de prevenir o máximo de quedas após fortes temporais como o de hoje.

Reportagem: Estelita Carazzai