Testemunhas de acusação encerram depoimentos na ação que investiga obras no sítio de Atibaia
Três testemunhas de acusação prestaram depoimento na tarde desta segunda (26) na ação penal que trata da propriedade do sítio em Atibaia, no interior de São Paulo. No processo, o ex-presidente Lula é acusado de ter recebido vantagens indevidas da OAS, da Odebrecht e da Schahin, em forma de benfeitorias no sítio.
Foram ouvidos o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, apontado como operador de propinas do PMDB; o ex-executivo da Odebrecht Rogério Santos de Araújo; e o engenheiro da empreiteira Paulo Henrique Moreira Kantovitz. Encerradas as audiências da acusação, começam os depoimentos de testemunhas indicadas pelas defesas dos réus. Até o final de junho, aproximadamente 130 pessoas convocadas pelos 13 acusados do processo serão ouvidas pelo Juiz Sérgio Moro.
O primeiro depoimento está marcado para 7 de maio. Entre os depoentes está Fábio Luis Lula da Silva, filho de Lula. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi convocado como testemunha de defesa de Lula e presta depoimento em 28 de maio, por videoconferência. Lula também convocou a ex-presidente Dilma Rousseff, que será ouvida em 25 de junho, por videoconferência. Apenas depois de esgotadas todas as audiências com testemunhas de defesa é que os réus, entre eles Lula, serão interrogados.
Na denúncia, o Ministério Público Federal afirma que os recursos para a reforma no sítio de Atibaia foram contrapartidas de oito contratos da Petrobras. Quatro deles com a Odebrecht, três com a OAS e um com o Grupo Schahin. Advogados afirmam que Lula jamais praticou qualquer ato em benefício de empreiteiras durante o período em que ocupou a Presidência da República e tampouco recebeu qualquer vantagem indevida na forma de propriedades ou reforma de imóveis.
Segundo a defesa, Lula não é dono do sítio, que está registrado em nome dos empresários Jonas Suassuna e Fernando Bittar. Suassuna é sócio de um dos filhos do ex-presidente. Fernando Bittar é filho de Jacó Bittar, ex-prefeito de Campinas e amigo de Lula. Todos alegam que a propriedade era apenas usada pelo ex-presidente, que mantém uma amizade de 40 anos com a família Bittar.