Transferência de Cunha para o Rio de Janeiro depende de autorização da Justiça Estadual do Paraná
Depois de uma manifestação da Justiça do Rio de Janeiro, informando que não se opõe a abrigar o ex-deputado federal Eduardo Cunha no sistema prisional fluminense, a defesa dele aguarda um posicionamento da 2.ª Vara de Execuções Penais de Curitiba. É a Justiça Estadual do Paraná que vai decidir se aceita transferir o ex-deputado, que foi condenado na Lava Jato e está preso desde outubro de 2016 no Complexo Médico Penal, em Pinhais, na Grande Curitiba.
O pedido de transferência foi feito há quase dois meses, com o argumento de que a lei de execuções penais prevê que o condenado cumpra pena em unidades que estejam mais próximas dos familiares. Os parentes de Cunha vivem no Rio de Janeiro. Na época do pedido, a juíza Luciani Maronezi, da 2ª Vara de Execuções Penais, consultou as autoridades do Rio de Janeiro para saber se o sistema penitenciário do estado teria vaga para o ex-deputado.
Em março de 2017, o então juiz federal Sérgio Moro condenou Cunha a 15 anos e quatro meses de prisão pelos crimes de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. O ex-deputado recorreu da sentença ao Tribunal Regional Federal da 4.ª Região e os desembargadores diminuíram a pena para 14 anos e seis meses.
A denúncia envolve um contrato em que a Petrobras comprou direitos de participação na exploração de um campo de petróleo na República do Benin, na África. O negócio, segundo os procuradores do Ministério Público Federal, envolveu o pagamento de propina ao ex-deputado federal de cerca de U$ 1,5 milhão.
Reportagem: Lenise Klenk, Juliana Goss e Thaissa Martiniuk