A unidade de tratamento de resíduos orgânicos de Itaipu, em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, deve ser usada como referência para a implantação do Programa Metano Zero, do Governo Federal. A iniciativa está prevista para ser lançada ao longo do mês de março.

O Programa pretende estimular que diferentes setores da sociedade, como agropecuária, energia e resíduos, transformem o gás metano em biocombustível, mediante o apoio financeiro de bancos públicos.

O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, visitou a Unidade de Demonstração da hidrelétrica binacional, nesta segunda-feira (28). Desde 2017, o local já tratou mais de quinhentas toneladas de resíduos orgânicos de restaurantes e de materiais de apreensão da Polícia Rodoviária, Receita e Polícia Federal, além do Ministério da Agricultura. Ao todo, foram produzidos 37 mil metros cúbicos de biometano, usados para abastecer os 40 veículos da frota de Itaipu. Isso evitou a emissão de três toneladas e meia de Gases de Efeito Estufa.

O ministro valorizou a viabilidade da planta em operação, em Foz do Iguaçu.

O metano é 80 vezes mais perigoso para o aquecimento global do que o dióxido de carbono, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. No setor da agropecuária, por exemplo, ele é resultado dos gases liberados pelos animais e do esterco. Com técnicas para transformar o gás em um biocombustível, ele pode ser usado em veículos e máquinas pesadas, e substituir o diesel.

Iniciativas implantadas em Itaipu vão ser apresentadas na Expo Dubai, ao longo de março.

Em novembro, durante a COP26, a Conferência das Nações Unidas sobre Clima, o Brasil aderiu ao compromisso para redução das emissões de metano em 30% até 2030.

Reportagem: Cleverson Bravo