Violência sexual atinge quase duas crianças por dia em Curitiba; Boqueirão é o bairro com mais casos

 Violência sexual atinge quase duas crianças por dia em Curitiba; Boqueirão é o bairro com mais casos

Foto: divulgação/Pequeno Príncipe

Amanhã (18) é o Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes e a data não poderia ser amis relevante. Dados divulgados pelo Ministério Público do Paraná mostram que somente em Curitiba, 599 casos de violência sexual contra menores de idade foram registrados ao longo do ano passado nas 10 regionais da cidade. O número leva a uma média de quase dois episódios por dia, ou um a cada 14 horas e 30 minutos.

Vítimas, muitos desses meninos e meninas da capital são levados ao Hospital Pequeno Príncipe, que constata uma triste realidade: na maioria dos casos atendidos por lá, os agressores estão dentro da própria família. Quem explica é a pediatra Maria Cristina da Silveira, que coordena esse tipo de atendimento na instituição.

O alerta vale principalmente em relação a crianças com até sete anos de idade, que dificilmente entendem as figuras de linguagem do mundo dos adultos. São meninos e meninas muito jovens, que encaram a figura do monstro, por exemplo, como um ser fantasioso, e não – em uma concepção mais simples – como uma pessoa má.

Eduardo Simões Monteiro é promotor de Justiça e tem lidado com o assunto na região do bairro Boqueirão, a mais vulnerável da cidade. Ao todo, 76 casos de violência contra menores de idade foram registrados em 2018 nessa porção da cidade e, por isso, o MP lançou nesta semana a Liga Boqueirão de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes. A ideia da iniciativa é dar total suporte às vítimas e às famílias com 16 ações integradas inspiradas no universo dos super-heróis.

Com algumas ações já em andamento, a Liga foi pensada a partir de eixos que incluem aspectos como protagonismo, prevenção, atenção e pesquisa e comunicação, entre outras coisas. Monteiro também fala das pesquisas que revelam que apenas 10% dos casos são descobertos e denunciados.

Em relação às crianças muito jovens, que ainda não sabem se comunicar verbalmente, cabe às pessoas mais próximas observar mudanças de comportamento, marcas pelo corpo ou indícios de agressão.

Por causa dos traços de crueldade, essas marcas, na primeira infância, só podem ser revertidas com investimento na recuperação social e psíquica da vítima.

Além de integrar a Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente em Situação de Risco para a Violência, o Pequeno Príncipe também realiza, há 13 anos, a “Campanha Pra Toda Vida – A violência não pode marcar o futuro das crianças e adolescentes”. A iniciativa busca reforçar a ideia de que o cuidado e a proteção das crianças e adolescentes são responsabilidade de toda a sociedade, e que, juntas, as pessoas podem transformar a vida de cada um deles.

Reportagem: Daiane Andrade

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